Ribeirão Preto, Domingo, 27 de Setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Projeto internacional contra a violência estuda caso de Ribeirão

Objetivo é entender o que fez jovem esfaquear colega dentro da sala de aula

DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Um representante do projeto CNV (Comunicação Não-Violenta), que surgiu nos Estados Unidos na década de 60, esteve em Ribeirão Preto na última semana com o objetivo de tentar entender o que levou um adolescente de 16 anos a esfaquear um colega de classe de 15 anos, dentro da sala de aula, na escola estadual Jenny de Toledo Piza Schroeder, na periferia do município.
Dominc Barter, especialista que integra o projeto, afirmou que o procedimento é informal e faz parte de um pesquisa constante. Até o momento, o que mais chamou a atenção foi a falta de informação sobre o caso, em todas as esferas.
O garoto foi atingido com duas facadas, na nuca e na cabeça, após uma discussão por causa de um lugar para se sentar na sala de aula. O agressor continua recolhido provisoriamente na Fundação Casa. O caso ocorreu no dia 11, e o agredido retornou às aulas dez dias depois.
"Nem professores, diretores e colegas de classe sabem dizer o que aconteceu. Falta ainda juntar todas as informações do caso", afirmou ele. A presença do projeto em Ribeirão Preto aconteceu a convite da Secretária de Estado da Educação.
De acordo com ele, é possível que os adolescentes possam voltar a viver pacificamente, mesmo após o imbróglio envolvendo os dois. "Esse é o objetivo do projeto. Eles não precisam voltar a ser amigos, mas ao menos voltar a conviver em paz na sociedade", disse.
Barter entrou em contato com o agressor antes da mãe, por meio de ofício enviado à Fundação Casa (antiga Febem), que aceitou o contato.
"O que vi ali é um menino assustado, sem saber direito quando vai sair e o que pode acontecer com ele", afirmou.
Para o membro da CNV, ainda é cedo para se falar em "bullying" -termo em inglês utilizado para descrever situações de violência física ou psicológica com alunos- nesse caso.
"Mesmo se for comprovado o "bullying", isso não tira a responsabilidade do ato do agressor, mas o que tem que ser levado em consideração é o contexto do fato", afirmou.
Um relatório detalhado do caso deve ser feito após todos os lados serem ouvidos -pais dos jovens, vítima e agressor.
O CNV é um programa de pesquisa constante e foi usado primeiramente em projetos do governo norte-americano em escolas e instituições públicas a fim de promover integração racial de forma pacífica durante os anos 60. Atua com administradores escolares, professores, profissionais de saúde, detentos e policiais, entre outros. Já fez parte de resolução de conflitos em Israel, Serra Leoa, Bósnia, Sri Lanka e Ruanda, segundo Barter.


Texto Anterior: Foco: Projeto de restauração do edifício Diederichsen será analisado pelo Condephaat
Próximo Texto: Aviação: São Carlos postula título de 2º polo aeronáutico do país
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.