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Projeto internacional contra a violência estuda caso de Ribeirão
Objetivo é entender o que fez jovem esfaquear colega dentro da sala de aula
DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Um representante do projeto
CNV (Comunicação Não-Violenta), que surgiu nos Estados
Unidos na década de 60, esteve
em Ribeirão Preto na última
semana com o objetivo de tentar entender o que levou um
adolescente de 16 anos a esfaquear um colega de classe de 15
anos, dentro da sala de aula, na
escola estadual Jenny de Toledo Piza Schroeder, na periferia
do município.
Dominc Barter, especialista
que integra o projeto, afirmou
que o procedimento é informal
e faz parte de um pesquisa
constante. Até o momento, o
que mais chamou a atenção foi
a falta de informação sobre o
caso, em todas as esferas.
O garoto foi atingido com
duas facadas, na nuca e na cabeça, após uma discussão por causa de um lugar para se sentar na
sala de aula. O agressor continua recolhido provisoriamente
na Fundação Casa. O caso ocorreu no dia 11, e o agredido retornou às aulas dez dias depois.
"Nem professores, diretores
e colegas de classe sabem dizer
o que aconteceu. Falta ainda
juntar todas as informações do
caso", afirmou ele. A presença
do projeto em Ribeirão Preto
aconteceu a convite da Secretária de Estado da Educação.
De acordo com ele, é possível
que os adolescentes possam
voltar a viver pacificamente,
mesmo após o imbróglio envolvendo os dois. "Esse é o objetivo do projeto. Eles não precisam voltar a ser amigos, mas ao
menos voltar a conviver em paz
na sociedade", disse.
Barter entrou em contato
com o agressor antes da mãe,
por meio de ofício enviado à
Fundação Casa (antiga Febem), que aceitou o contato.
"O que vi ali é um menino assustado, sem saber direito
quando vai sair e o que pode
acontecer com ele", afirmou.
Para o membro da CNV, ainda é cedo para se falar em "bullying" -termo em inglês utilizado para descrever situações de
violência física ou psicológica
com alunos- nesse caso.
"Mesmo se for comprovado o
"bullying", isso não tira a responsabilidade do ato do agressor, mas o que tem que ser levado em consideração é o contexto do fato", afirmou.
Um relatório detalhado do
caso deve ser feito após todos
os lados serem ouvidos -pais
dos jovens, vítima e agressor.
O CNV é um programa de
pesquisa constante e foi usado
primeiramente em projetos do
governo norte-americano em
escolas e instituições públicas a
fim de promover integração racial de forma pacífica durante
os anos 60. Atua com administradores escolares, professores,
profissionais de saúde, detentos e policiais, entre outros. Já
fez parte de resolução de conflitos em Israel, Serra Leoa, Bósnia, Sri Lanka e Ruanda, segundo Barter.
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