Cidades querem que encaminhamentos de pacientes da região sejam feitos em Ribeirão, não em SP

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os dez secretários da Saúde que integram o colegiado Aquífero Guarani, um dos três da região, assinaram documento pedindo ao Estado que o encaminhamento de pacientes da região para hospitais volte a ser feito pela central de regulação que funciona no DRS (Departamento Regional de Saúde), em Ribeirão Preto.
Desde o início do mês passado, a regulação de pacientes das cidades do colegiado, exceto os de Ribeirão Preto, cuja secretaria tem regulação própria, passou a ser centralizada na capital à noite e aos finais de semana.
Segundo a secretária da Saúde de Ribeirão, Carla Palhares, a mudança trouxe problemas, como a falta de priorização na internação de pacientes em casos de urgência e o encaminhamento para hospitais de cidades mais distantes que Ribeirão Preto, referência em atendimento para as secretarias da Saúde da região.
O caso mais grave ocorreu em 25 de outubro, em Guatapará, quando uma paciente de 34 anos morreu após ser atendida dois dias seguidos na unidade básica de saúde local. Segundo a Secretaria da Saúde do município, o médico que atendeu a paciente tentou no sábado e no domingo transferir a mulher para hospitais de Ribeirão Preto, mas recebeu da central de regulação de São Paulo a informação de que não havia vagas.
José Victor Nonino, diretor técnico da Beneficência Portuguesa, um dos hospitais que mais atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em Ribeirão Preto, afirmou que não foi contatado pela central de regulação da capital na data em questão e que havia vagas no hospital para internar a paciente de Guatapará.
Contatado pela Folha, Luiz Augusto Mendes Carvalho, secretário da Saúde de Serrana e representante titular no colegiado Aquífero Guarani, preferiu não comentar os problemas ocasionados pela transferência da central de regulação de pacientes para a capital. Conforme ele disse, o grupo de secretários e o Estado estão em "fase inicial de negociação".
A Secretaria de Estado da Saúde informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que tomou conhecimento do documento por meio do DRS de Ribeirão Preto e que analisaria o pedido, encaminhado ao Conselho Estadual de Secretários Municipais da Saúde.
A secretaria não comentou o caso da paciente de Guatapará que morreu.


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