Ribeirão Preto, Sábado, 27 de Novembro de 2010

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28,8% dos adultos pobres são obesos

É o que identificou uma pesquisa feita com 8.402 beneficiados do programa Bolsa Família em Ribeirão Preto

Índice é maior do que o da pesquisa de 2009 e representa o dobro do percentual aferido na população brasileira

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

Um pesquisa realizada com beneficiados do programa Bolsa Família de Ribeirão mostrou que 28,8% dos adultos entre 20 e 60 anos são obesos. No ano passado, esse índice era menor, 27,9%.
O percentual é mais que o dobro do aferido pelo Ministério da Saúde na população brasileira adulta: 13%.
A pesquisa também indicou que 29,6% da população adulta que recebe o benefício da União tem sobrepeso. No país essa taxa é de 43,3%.
"É preocupante ter um índice tão alto de obesos. Esses números mostram que a população que tem menos acesso a comida está se alimentando muito mal", afirmou a nutróloga Alice de Almeida Cruz, de Ribeirão.
O excesso de peso é diagnosticado a partir do IMC (Índice de Massa Corporal), que é obtido dividindo-se o peso da pessoa pelo quadrado da sua altura.
Se esse índice alcançar valor igual ou superior a 25, há excesso de peso. A obesidade é diagnosticada quando o IMC atinge ou supera 30.
"Diagnosticar o excesso de peso é importante para prevenir doenças crônicas, tais como as cardiovasculares", disse a nutróloga.
Por isso, segundo ela, é muito importante garantir uma alimentação saudável, aliada à prática de atividade física no dia-a-dia.
"Isso não significa, obrigatoriamente, matricular-se em uma academia. A atividade física pode ser realizada no cotidiano de cada um, praticando caminhadas, dançando e fazendo outras atividades", disse Cruz.

CRIANÇAS
O índice de crianças obesas com menos de cinco anos também aumentou neste ano: 9,3% ante 8,5% registrado no ano passado.
Crianças obesas com idades entre cinco e dez anos representam 9,6% do total.
Para a pesquisa, realizada pela Secretaria da Saúde, foram ouvidas 8.402 pessoas beneficiadas pelo programa federal em Ribeirão.
Segundo a nutricionista Maria de Lourdes Mauad, da secretaria, o objetivo da pesquisa é criar políticas públicas para controlar as taxas de sobrepeso da população.
No entanto, colocar a solução em prática não tem sido tarefa fácil. Faltam nutricionistas para atuar na rede básica de saúde e os pacientes com problemas de peso não recebem o tratamento adequado para tratar a doença.
"O ideal seria que, assim que fosse constatado que o paciente tem sobrepeso, ele fosse encaminhado para tratamento com uma equipe multidisciplinar, mas isso ainda não é possível porque não temos profissionais suficientes para atender toda a demanda", disse Mauad.
A rede municipal de Ribeirão tem apenas três profissionais de nutrição e não há previsão para a contratação de mais nutricionistas.


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