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28,8% dos adultos pobres são obesos
É o que identificou uma pesquisa feita com 8.402 beneficiados do programa Bolsa Família em Ribeirão Preto
Índice é maior do que o da pesquisa de 2009 e representa o dobro do percentual aferido na população brasileira
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
Um pesquisa realizada
com beneficiados do programa Bolsa Família de Ribeirão
mostrou que 28,8% dos adultos entre 20 e 60 anos são
obesos. No ano passado, esse
índice era menor, 27,9%.
O percentual é mais que o
dobro do aferido pelo Ministério da Saúde na população
brasileira adulta: 13%.
A pesquisa também indicou que 29,6% da população
adulta que recebe o benefício
da União tem sobrepeso. No
país essa taxa é de 43,3%.
"É preocupante ter um índice tão alto de obesos. Esses
números mostram que a população que tem menos acesso a comida está se alimentando muito mal", afirmou a
nutróloga Alice de Almeida
Cruz, de Ribeirão.
O excesso de peso é diagnosticado a partir do IMC (Índice de Massa Corporal), que
é obtido dividindo-se o peso
da pessoa pelo quadrado da
sua altura.
Se esse índice alcançar valor igual ou superior a 25, há
excesso de peso. A obesidade
é diagnosticada quando o
IMC atinge ou supera 30.
"Diagnosticar o excesso de
peso é importante para prevenir doenças crônicas, tais
como as cardiovasculares",
disse a nutróloga.
Por isso, segundo ela, é
muito importante garantir
uma alimentação saudável,
aliada à prática de atividade
física no dia-a-dia.
"Isso não significa, obrigatoriamente, matricular-se em
uma academia. A atividade
física pode ser realizada no
cotidiano de cada um, praticando caminhadas, dançando e fazendo outras atividades", disse Cruz.
CRIANÇAS
O índice de crianças obesas com menos de cinco anos
também aumentou neste
ano: 9,3% ante 8,5% registrado no ano passado.
Crianças obesas com idades entre cinco e dez anos representam 9,6% do total.
Para a pesquisa, realizada
pela Secretaria da Saúde, foram ouvidas 8.402 pessoas
beneficiadas pelo programa
federal em Ribeirão.
Segundo a nutricionista
Maria de Lourdes Mauad, da
secretaria, o objetivo da pesquisa é criar políticas públicas para controlar as taxas de
sobrepeso da população.
No entanto, colocar a solução em prática não tem sido
tarefa fácil. Faltam nutricionistas para atuar na rede básica de saúde e os pacientes
com problemas de peso não
recebem o tratamento adequado para tratar a doença.
"O ideal seria que, assim
que fosse constatado que o
paciente tem sobrepeso, ele
fosse encaminhado para tratamento com uma equipe
multidisciplinar, mas isso
ainda não é possível porque
não temos profissionais suficientes para atender toda a
demanda", disse Mauad.
A rede municipal de Ribeirão tem apenas três profissionais de nutrição e não há previsão para a contratação de
mais nutricionistas.
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