DA FOLHA RIBEIRÃO

Parte dos 313 funcionários demitidos ontem das lojas do Gimenes se surpreendeu ao chegar para trabalhar pela manhã. Eles se depararam com as portas de ferro fechadas e um aviso, escrito com caneta esferográfica em uma cartolina, sobre o fechamento da unidade.
Em Ribeirão Preto, cerca de 30 funcionários apareceram, muitos nem sabiam que seriam demitidos. "Ouvimos falar que as coisas estavam ruins e já imaginávamos que algumas lojas iam fechar, só que ninguém avisou oficialmente", disse o gerenciador de mercadorias Jonatan Farias, 21.
Para alguns, porém, a demissão até não é má notícia. "É melhor assim. Se me transferirem pra outra loja, não vou trabalhar com a mesma vontade já que a situação da empresa é ruim", disse um funcionário, que não quis ser identificado.
Danilo Márcio Paiva, 32, que dividia as atenções entre o emprego e o curso de administração de empresas, vai aproveitar a demissão para procurar um estágio na área. "Quem sabe já não acho e dou início à minha carreira", afirmou.
No local, eles foram avisados que trabalhariam mesmo com as portas fechadas. Foram encarregados de empacotar mercadorias e carregar caminhões, que as levariam para outras lojas. A tarefa deve continuar até o próximo domingo.
Nas lojas fechadas de Franca, uma no Jardim Integração e outra no centro, muitos funcionários também apareceram para trabalhar. Lá, eles foram orientados a voltar para casa, pois outros trabalhadores já esvaziavam as lojas.
Consumidores que aproveitariam o dia pós-Natal para fazer compras também foram surpreendidos com o fechamento. A maioria começou a chegar depois do meio-dia, horário programado para a reabertura do comércio.
A Apas (Associação Paulista de Supermercados) disse não esperar que outras redes utilizem os pontos onde foram fechadas as lojas do Gimenes. "São pontos de muita concorrência, que já não dão mais lucro", disse o diretor regional Aurélio José Mialich.


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