Ribeirão Preto, Quarta-feira, 28 de Outubro de 2009

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Descarte foi "obviamente absurdo", diz o secretário

Paulo Renato Souza criticou a direção da escola por tentar culpar os alunos

Diretores de outras unidades de ensino médio dizem sobrar poucos livros e se surpreenderam com o caso da Eugênia Vilhena


Edson Silva/Folha Imagem
Saída dos alunos da manhã da escola estadual Eugênia Vilhena de Moraes, que fica na Vilia Virgínia

DA FOLHA RIBEIRÃO

O secretário de Estado da Educação, Paulo Renato Souza, classificou como "um episódio lamentável" o descarte de apostilas novas na escola Eugênia Vilhena de Moraes.
"Tivemos ontem um episódio lamentável em Ribeirão Preto. Um número razoável de material didático de alunos estava em uma caçamba de lixo", disse o secretário, ontem em São Paulo. "Por decisão de alguém, obviamente absurda, o material foi colocado na rua." Cada apostila custa R$ 0,85, o que significou no caso dos 1.500 livros jogados no lixo um desperdício de R$ 1.275.
O secretário admitiu que há sobra de materiais, porque "o número de alunos no ensino médio varia muito". Souza disse que o excedente deveria ter sido devolvido à Diretoria de Ensino "para ser reutilizado no próximo ano."
Souza criticou ainda a direção da escola por ter acusado os estudantes pelo descarte dos livros. "Já determinamos o afastamento da diretora e da vice-diretora, porque uma delas fez uma observação não pertinente, culpando os alunos, antes de qualquer prova."

Sobras
Diretores de outras escolas estaduais ouvidos ontem pela Folha disseram que sobram poucos exemplares e se mostraram surpresos com o caso da Eugênia Vilhena. Na Cônego Barros, também de ensino médio, a diretora Margarida Soato disse que os poucos livros que sobram ficam guardados na coordenação. Eles são usados quando há novos alunos.
O mesmo ocorre na Otoniel Mota, também de ensino médio. "Às vezes até falta, porque vem o número de apostilas contadinho por aluno", disse a vice-diretora, Célia Magioni. Suzana Ferro, diretora da Udemo, entidade que reúne os diretores, disse que as escolas em geral relatam sobrar poucos livros. Segundo ela, o usual é redistribuir o material na rede.

Colaborou FÁBIO TAKAHASHI, da Reportagem Local



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