Ribeirão Preto, Sexta-feira, 28 de Novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Aos 45 min do 2º tempo", prefeitura abre licitação do lixo

Solução que será adotada será provisória; Daerp diz que a medida visa evitar problemas para próxima administração

Prefeito diz que tempo é curto e licitação põe fim às discussões que tratam da terceirização do serviço de destinação final do lixo

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Um dia antes do prazo final imposto pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), a Prefeitura de Ribeirão Preto abriu concorrência para o serviço de transporte e destinação final do lixo doméstico da cidade. Detalhe: a solução será provisória.
O lixo hoje é depositado em um aterro sanitário do município localizado na rodovia Mário Donegá (SP-291).
No edital publicado ontem no "Diário Oficial" do Município, a prefeitura prevê um contrato de 30 meses com a empresa que executar o serviço e aceita como única solução para a destinação do lixo outro aterro sanitário. Vence quem apresentar o menor preço.
Segundo o prefeito Welson Gasparini (PSDB), a licitação põe fim às discussões sobre a terceirização do serviço de destinação final do lixo, como pretendia o governo, e encerra a possibilidade de que outras alternativas ambientais sejam adotadas em sua gestão, que termina em 31 de dezembro deste ano. O atual aterro só pode funcionar até o final de abril do próximo ano.
"O tempo é pequeno, eu termino meu mandato em dezembro. As experiências de usina de geração de energia, como vemos no estrangeiro, ainda são muito empíricas no Brasil e a única solução com licenciamento da Cetesb é o aterro", disse o prefeito.
Darvin José Alves, superintendente do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), autarquia que gerencia o serviço, afirmou que a solução provisória visa evitar problemas para a próxima administração. "Eles terão um tempo bom para estudar a melhor solução para o lixo", disse Alves.
Segundo o superintendente, "tudo vai continuar como está" e nada muda para quem produz lixo doméstico. "O dinheiro para pagar o serviço vai sair da prefeitura, como é hoje", afirmou. O preço máximo colocado para a tonelada do lixo no edital é de R$ 60. Diariamente, 500 toneladas de lixo são depositadas no aterro e a prefeitura paga à empresa Leão Ambiental, que executa o serviço, no máximo R$ 35 por tonelada. A próxima empresa deverá assumir algumas funções que a prefeitura executa hoje como os cuidados com o chorume produzido pelo lixo e a estabilidade do aterro.
O imbróglio envolvendo o encerramento do aterro sanitário vem desde 2006, quando a prefeitura abriu a primeira licitação para a terceirizar o gerenciamento do serviço.


Texto Anterior: Institutos da região
Próximo Texto: A "novela" do lixo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.