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Grupo de Ribeirão ajuda casais a adotar
Em funcionamento desde novembro de 2007, o Pappa já atendeu cerca de cem pessoas, individualmente ou em grupo
Ribeirão Preto tem,
hoje, 137 pretendentes à adoção; 15 crianças e adolescentes estão na fila à espera por novos pais
DA FOLHA RIBEIRÃO
Desde que se casou, a dona de
casa T.S., 36, e o marido pensavam em adotar uma criança.
Depois de três filhos biológicos,
ela decidiu realizar o sonho.
Logo após a chegada da filha, o
casal procurou o Pappa (Programa de Acompanhamento
Pré e Pós-adoção), serviço de
auxílio com reuniões todas as
terças-feiras.
O grupo foi criado pelas psicólogas Lílian de Almeida Solon e Regina Cláudia Mingorance, com o apoio da ONG
Crescendo em Família. "Quando chega um filho que já fala,
que já tem uma história, existe
uma fase de adaptação, de ajuste. Por isso, criamos um espaço
para os pais conversarem sobre
a adoção, contar das alegrias e
das dificuldade e pedir ajuda",
disse Solon.
T.S. foi assistida pelas psicólogas logo que recebeu a filha,
que estava com cinco anos. A
adaptação não foi fácil. "Em
uma adoção tardia, tem coisas
que é difícil entender. Dentro
do grupo nós vemos o que outras pessoas estão passando e o
que você pode colocar na sua
realidade", disse T.S.
Em funcionamento desde
novembro de 2007, o Pappa já
atendeu cerca de cem pessoas.
O atendimento pode ser feito
individualmente ou em grupo
de discussão, de acordo com a
necessidade da pessoa que procura a instituição. "A atuação
de um grupo de apoio à adoção
é desejável não apenas como
incentivo à adoção, como também para o perfeito esclarecimento dos interessados", diz o
juiz Paulo Cesar Gentile, da Vara da Infância e Juventude.
O empresário E.S., 43, e sua
mulher, L.S., procuraram ajuda
para decidir se deveriam mesmo adotar. "Nós começamos a
participar antes de ter a nossa
filha. Foi muito bom porque
nos preparamos para receber
uma criança, conversamos com
outros pais adotivos e entendemos o processo."
"Nossa intenção é criar uma
cultura de que as pessoas saibam que existe um espaço para
se conversar sobre adoção",
disse a psicóloga Regina.
Antônio Luiz Zonzim, 35, e
sua mulher, Nilva Lúcia Zonzim, 35, procuraram o atendimento pós-adoção para aprender a cuidar do filho adotado
três dias depois do nascimento.
Uma das dúvidas do casal era
quando deveriam contar para a
criança da adoção. "Descobrimos que não se escolhe o dia
para contar, que é uma coisa
que deve surgir naturalmente",
disse Zonzim.
Atualmente, há 137 cadastros
de pretendentes à adoção em
Ribeirão. Quinze crianças e
adolescentes esperam por novos pais. Todas as crianças da
fila têm mais de três anos. Enquanto bebês são adotados em
semanas, crianças maiores ou
grupos de irmãos esperam, em
média, três anos.
(BRUNA SANIELE)
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