Ribeirão Preto, Domingo, 29 de Março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Grupo de Ribeirão ajuda casais a adotar

Em funcionamento desde novembro de 2007, o Pappa já atendeu cerca de cem pessoas, individualmente ou em grupo

Ribeirão Preto tem, hoje, 137 pretendentes à adoção; 15 crianças e adolescentes estão na fila à espera por novos pais

DA FOLHA RIBEIRÃO

Desde que se casou, a dona de casa T.S., 36, e o marido pensavam em adotar uma criança. Depois de três filhos biológicos, ela decidiu realizar o sonho. Logo após a chegada da filha, o casal procurou o Pappa (Programa de Acompanhamento Pré e Pós-adoção), serviço de auxílio com reuniões todas as terças-feiras.
O grupo foi criado pelas psicólogas Lílian de Almeida Solon e Regina Cláudia Mingorance, com o apoio da ONG Crescendo em Família. "Quando chega um filho que já fala, que já tem uma história, existe uma fase de adaptação, de ajuste. Por isso, criamos um espaço para os pais conversarem sobre a adoção, contar das alegrias e das dificuldade e pedir ajuda", disse Solon.
T.S. foi assistida pelas psicólogas logo que recebeu a filha, que estava com cinco anos. A adaptação não foi fácil. "Em uma adoção tardia, tem coisas que é difícil entender. Dentro do grupo nós vemos o que outras pessoas estão passando e o que você pode colocar na sua realidade", disse T.S.
Em funcionamento desde novembro de 2007, o Pappa já atendeu cerca de cem pessoas. O atendimento pode ser feito individualmente ou em grupo de discussão, de acordo com a necessidade da pessoa que procura a instituição. "A atuação de um grupo de apoio à adoção é desejável não apenas como incentivo à adoção, como também para o perfeito esclarecimento dos interessados", diz o juiz Paulo Cesar Gentile, da Vara da Infância e Juventude.
O empresário E.S., 43, e sua mulher, L.S., procuraram ajuda para decidir se deveriam mesmo adotar. "Nós começamos a participar antes de ter a nossa filha. Foi muito bom porque nos preparamos para receber uma criança, conversamos com outros pais adotivos e entendemos o processo."
"Nossa intenção é criar uma cultura de que as pessoas saibam que existe um espaço para se conversar sobre adoção", disse a psicóloga Regina.
Antônio Luiz Zonzim, 35, e sua mulher, Nilva Lúcia Zonzim, 35, procuraram o atendimento pós-adoção para aprender a cuidar do filho adotado três dias depois do nascimento. Uma das dúvidas do casal era quando deveriam contar para a criança da adoção. "Descobrimos que não se escolhe o dia para contar, que é uma coisa que deve surgir naturalmente", disse Zonzim.
Atualmente, há 137 cadastros de pretendentes à adoção em Ribeirão. Quinze crianças e adolescentes esperam por novos pais. Todas as crianças da fila têm mais de três anos. Enquanto bebês são adotados em semanas, crianças maiores ou grupos de irmãos esperam, em média, três anos. (BRUNA SANIELE)


Texto Anterior: Ajuda médica faz cabeleireira deixar de fumar após 40 anos
Próximo Texto: Barretos adota rodízio de diretores em cadeia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.