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Dengue atinge 65 das 89 cidades da região
Catorze municípios vivem epidemia; especialista diz que o deslocamento das pessoas entre as cidades espalha a doença
Número de cidades pode ser ainda maior porque o levantamento estadual se restringe aos dados do primeiro trimestre
Edson Silva-11.mar.2010/Folha Imagem
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Funcionário da Secretaria da Saúde de Jaboticabal faz nebulização em casa no centro da cidade
DA FOLHA RIBEIRÃO
Sessenta e cinco municípios
da região de Ribeirão Preto já
contabilizam casos de dengue
neste ano, sendo que 14 deles
vivem epidemia da doença. Os
dados são do CVE (Centro de
Vigilância Epidemiológica) do
Estado de São Paulo e mostram
as confirmações dos casos de
dengue no primeiro trimestre.
A doença chegou até mesmo
às cidades pequenas, como Trabiju, que tem 1.519 habitantes,
um caso confirmado de dengue
e outro aguardando resultado
de exames. O município não registrava casos desde 2007.
"Ficamos todos em alerta
quando saiu a confirmação do
primeiro caso. Já estávamos fazendo o trabalho de combate,
pois cidades da região têm muitos casos da doença, mas nem
assim ficamos livres do mosquito", disse Emília Ferrari, diretora de Saúde de Trabiju.
Para Benedito Antônio Lopes da Fonseca, infectologista
da USP (Universidade de São
Paulo) de Ribeirão Preto, a proliferação do Aedes aegypti -
mosquito que transmite a dengue- acontece por diversos fatores, mas o principal deles é o
deslocamento das pessoas entre as cidades.
"Ribeirão, que já tem 14 mil
casos, é um município transitório. Pode acontecer de a pessoa
pernoitar por aqui e ter o azar
de ser picado pelo Aedes. Quando ela volta para sua cidade natal, pode transmitir para outras
pessoas."
O número de cidades onde a
dengue chegou pode ser ainda
maior. Alguns municípios registraram os primeiros doentes
em abril e os dados do CVE são
do primeiro trimestre.
É o caso de Ibaté, que até
março não tinha nenhuma
confirmação. Neste mês, o município de 29.714 habitantes registrou oito casos.
"Tivemos as primeiras confirmações neste mês, mas acreditamos que a situação pode
ser considerada positiva, já que
foram apenas oito casos e nenhum grave", disse a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Crislaine Mestre.
Sem casos
Na contramão da epidemia
estão 24 cidades da região (inclui Ibaté), que não confirmaram nenhum caso da doença no
primeiro trimestre deste ano.
Uma delas é Bocaina, de 11 mil
habitantes.
"Nosso maior trunfo no combate à dengue é a educação das
crianças, com palestras e gincanas. Fazemos um trabalho intensivo durante todo o ano de
orientação e combate aos possíveis focos do mosquito", disse
o secretário da Saúde, Luiz Fernando Moscardo.
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