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Gasparini e Dárcy desafiam a organização da Agrishow
Rivais se unem para tentar reverter a transferência da feira para São Carlos em 2010
Com a "bênção" do secretário da Agricultura, políticos dizem que a grife
é Ribeirão, não Agrishow;
São Carlos discorda
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O prefeito de Ribeirão Preto,
Welson Gasparini (PSDB), e a
deputada estadual Dárcy Vera
(DEM), que administrará a cidade a partir de 1º de janeiro,
desafiaram ontem a Abimaq
(Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), organizadora da
Agrishow, que prevê mudar a
feira para a cidade de São Carlos a partir de 2010.
Na inauguração do Centro de
Convenções da Cana-de-Açúcar, em Ribeirão, políticos da
cidade defenderam a manutenção da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) no município e disseram que, se ela deixar realmente a cidade, um novo evento será realizado. "A hora que a
nova feira tiver o carimbo "Ribeirão, capital do agronegócio",
quero ver onde esse pessoal
[Abimaq] vai", disse Gasparini.
Dárcy afirmou que faltou, da
Abimaq, "respeito com Ribeirão". "[Faltou] dizer "estamos
negociando, vamos trabalhar,
estamos buscando outra área".
A feira nasceu aqui, a cidade
acreditou nessa feira, investiu
para que ela se tornasse forte e
grande. É aqui que tem que ficar. Mas, caso não fique, por ser
uma feira particular, faremos
uma tão grande como essa."
Na segunda, às 12h30, o prefeito, a prefeita eleita, os deputados Antônio Duarte Nogueira
Junior (PSDB, federal) e Baleia
Rossi (PMDB, estadual), além
de Márcio Santiago, presidente
do Ribeirão Convention & Visitors Bureau, vão se reunir com
o presidente da Abimaq, Luiz
Aubert Neto, em São Paulo, para tentar reverter a saída da feira. "A Agrishow não sai de Ribeirão", disse Nogueira, que
afirmou ter investido, quando
era secretário da Agricultura,
R$ 7 milhões no pólo da feira.
Quem também voltou a defender a permanência da Agrishow em Ribeirão foi João Sampaio, secretário de Estado da
Agricultura -na quarta, ele já
havia dado declaração nesse
sentido à Folha. "Oferecemos
o que há de melhor. Não há
condições para área maior do
que oferecemos." Para Santiago, que se reúne com Sampaio
na próxima semana, o chamariz do evento é Ribeirão. "A grife é Ribeirão, não Agrishow."
O prefeito de Ribeirão ainda
fez um desabafo em seu discurso. Segundo ele, João Marquesan, vice da Abimaq, reuniu-se
com ele por mais de uma hora,
definindo fazendas que poderiam receber a feira.
"Fizemos o projeto da "cidade da energia" e uma nova
Agrishow, no Pólo Tecnológico
de Ribeirão. A Fazenda Conquista seria co-patrocinadora
por 50 anos. O responsável da
Conquista disse que estava tudo certo e só faltava assinar. De
repente, houve audiência em
Brasília e não sei o que ocorreu.
Se for para outra cidade, não é
culpa nossa nem do Estado."
Após o discurso, Baleia disse
que o prefeito "foi muito feliz",
enquanto Dárcy disse: "Foi um
desabafo, e precisávamos disso". Gasparini disse ainda que
conversou com o ex-ministro
(Agricultura) Roberto Rodrigues, presidente da Agrishow
deste ano, que lhe disse que a
mudança não é decisiva. "[Disse que] Houve uma oferta, mas
está em estudo ainda."
Não é o que diz o prefeito de
São Carlos, Newton Lima (PT).
"A decisão tomada pela Abimaq é irreversível. As condições exigidas pela Abimaq são
um terreno de 100 alqueires
-e ele está assegurado pela
Embrapa-, que pudéssemos
colocar a infra-estrutura e que
na terra pudessem erigir as
construções. Os recursos estão
assegurados por mim, por intermédio da União."
Lima disse ainda que o projeto é maior que só a Agrishow,
que a licitação para contratar o
escritório que fará o projeto sai
neste ano. A Folha não conseguiu ouvir a Abimaq ontem.
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