Ribeirão Preto, Sábado, 29 de Novembro de 2008

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Gasparini e Dárcy desafiam a organização da Agrishow

Rivais se unem para tentar reverter a transferência da feira para São Carlos em 2010

Com a "bênção" do secretário da Agricultura, políticos dizem que a grife é Ribeirão, não Agrishow; São Carlos discorda

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O prefeito de Ribeirão Preto, Welson Gasparini (PSDB), e a deputada estadual Dárcy Vera (DEM), que administrará a cidade a partir de 1º de janeiro, desafiaram ontem a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), organizadora da Agrishow, que prevê mudar a feira para a cidade de São Carlos a partir de 2010.
Na inauguração do Centro de Convenções da Cana-de-Açúcar, em Ribeirão, políticos da cidade defenderam a manutenção da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) no município e disseram que, se ela deixar realmente a cidade, um novo evento será realizado. "A hora que a nova feira tiver o carimbo "Ribeirão, capital do agronegócio", quero ver onde esse pessoal [Abimaq] vai", disse Gasparini.
Dárcy afirmou que faltou, da Abimaq, "respeito com Ribeirão". "[Faltou] dizer "estamos negociando, vamos trabalhar, estamos buscando outra área". A feira nasceu aqui, a cidade acreditou nessa feira, investiu para que ela se tornasse forte e grande. É aqui que tem que ficar. Mas, caso não fique, por ser uma feira particular, faremos uma tão grande como essa."
Na segunda, às 12h30, o prefeito, a prefeita eleita, os deputados Antônio Duarte Nogueira Junior (PSDB, federal) e Baleia Rossi (PMDB, estadual), além de Márcio Santiago, presidente do Ribeirão Convention & Visitors Bureau, vão se reunir com o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, em São Paulo, para tentar reverter a saída da feira. "A Agrishow não sai de Ribeirão", disse Nogueira, que afirmou ter investido, quando era secretário da Agricultura, R$ 7 milhões no pólo da feira.
Quem também voltou a defender a permanência da Agrishow em Ribeirão foi João Sampaio, secretário de Estado da Agricultura -na quarta, ele já havia dado declaração nesse sentido à Folha. "Oferecemos o que há de melhor. Não há condições para área maior do que oferecemos." Para Santiago, que se reúne com Sampaio na próxima semana, o chamariz do evento é Ribeirão. "A grife é Ribeirão, não Agrishow."
O prefeito de Ribeirão ainda fez um desabafo em seu discurso. Segundo ele, João Marquesan, vice da Abimaq, reuniu-se com ele por mais de uma hora, definindo fazendas que poderiam receber a feira.
"Fizemos o projeto da "cidade da energia" e uma nova Agrishow, no Pólo Tecnológico de Ribeirão. A Fazenda Conquista seria co-patrocinadora por 50 anos. O responsável da Conquista disse que estava tudo certo e só faltava assinar. De repente, houve audiência em Brasília e não sei o que ocorreu. Se for para outra cidade, não é culpa nossa nem do Estado."
Após o discurso, Baleia disse que o prefeito "foi muito feliz", enquanto Dárcy disse: "Foi um desabafo, e precisávamos disso". Gasparini disse ainda que conversou com o ex-ministro (Agricultura) Roberto Rodrigues, presidente da Agrishow deste ano, que lhe disse que a mudança não é decisiva. "[Disse que] Houve uma oferta, mas está em estudo ainda."
Não é o que diz o prefeito de São Carlos, Newton Lima (PT). "A decisão tomada pela Abimaq é irreversível. As condições exigidas pela Abimaq são um terreno de 100 alqueires -e ele está assegurado pela Embrapa-, que pudéssemos colocar a infra-estrutura e que na terra pudessem erigir as construções. Os recursos estão assegurados por mim, por intermédio da União."
Lima disse ainda que o projeto é maior que só a Agrishow, que a licitação para contratar o escritório que fará o projeto sai neste ano. A Folha não conseguiu ouvir a Abimaq ontem.


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