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Com pátios lotados, lojas apostam nos carros seminovos
Concessionárias de Ribeirão baixam juros e distribuem brindes para atrair os consumidores em tempo de crise
"Se não vendermos os usados, não vendemos os novos; precisamos fazer
o mercado girar", afirma dono de concessionária
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Com estoque abarrotado, as
principais concessionárias de
veículos de Ribeirão Preto
apostam em promoções e feirões para estimular as vendas
dos carros usados, também
chamados de seminovos.
O motivo: o mercado de carros novos depende diretamente da venda dos usados. Em geral, metade das vendas dos novos é feita usando um seminovo como moeda de troca. Com o
"boom" de vendas de veículos
novos no ano passado, as concessionárias lotaram seus estoques com carros usados.
Além disso, a crise mundial
provocou uma queda na venda
de carros novos. Nesse cenário,
os usados, com preço mais baixo, tornaram-se uma opção
melhor de negócio para as lojas,
que só agora começam a vislumbrar dias melhores para o
mercado automobilístico.
"Se não vendermos usados,
não vendemos os novos; precisamos fazer o mercado girar",
disse Eduardo Wadhy Rebehy,
da Independance, que abriu
nesta semana sua segunda concessionária Citroën em Ribeirão, com um investimento de
R$ 1 milhão só na reforma do
prédio. Para atrair compradores de seminovos, a nova loja
está oferecendo facilidades de
pagamento e uma TV LCD de
brinde. "Nunca fizemos uma
campanha de seminovos tão
agressiva", disse.
Em outras concessionárias o
cenário é o mesmo. A Ortovel
(Ford), por exemplo, está fazendo um feirão de seminovos
tendo como atrativo o baixo juro. "Temos que nos virar para
continuar o negócio. Essa crise
deu uma brecada nas vendas e
só agora as taxas e o crédito estão voltando ao normal. Com
um feirão, limpamos nosso estoque e abastecemos o mercado", disse Leonildo Peres Filho,
gerente de vendas.
Segundo o presidente da
Santa Emília Automóveis
(Volkswagen), Rui Flávio Chúfalo Guião, os seminovos estão
sendo vendidos praticamente a
preço de custo.
"Se compramos por R$ 10 mil
no começo do ano, o mercado
agora paga apenas R$ 8 mil.
Mas temos que fazer as vendas
girarem para facilitar novas
compras e equalizar o estoque."
O técnico em química Roberto da Costa saiu de São Carlos
para comprar o carro novo da
família em Ribeirão. Ou melhor, seminovo. "Se eu comprar
um carro zero agora, ele se desvaloriza 15% imediatamente.
Então compensa comprar um
carro usado, em bom estado e
com um preço menor", disse
Costa, enquanto finalizava a
compra de um Picasso ano
2005 por R$ 28 mil na Ortovel.
"Se fosse zero, pagaria mais de
R$ 40 mil e em pouco tempo o
carro ia se desvalorizar."
Com crise ou sem crise, ainda
há empresários que apostam
exclusivamente no comércio
de usados. Gabriel Basso de Oliveira inaugurou, há dez dias,
uma revenda na marginal da
avenida Maurilio Biagi e se declara otimista. "O consumidor
está percebendo que o carro seminovo acaba compensando."
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