Ribeirão Preto, Sábado, 29 de Novembro de 2008

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Com pátios lotados, lojas apostam nos carros seminovos

Concessionárias de Ribeirão baixam juros e distribuem brindes para atrair os consumidores em tempo de crise

"Se não vendermos os usados, não vendemos os novos; precisamos fazer o mercado girar", afirma dono de concessionária

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Com estoque abarrotado, as principais concessionárias de veículos de Ribeirão Preto apostam em promoções e feirões para estimular as vendas dos carros usados, também chamados de seminovos.
O motivo: o mercado de carros novos depende diretamente da venda dos usados. Em geral, metade das vendas dos novos é feita usando um seminovo como moeda de troca. Com o "boom" de vendas de veículos novos no ano passado, as concessionárias lotaram seus estoques com carros usados.
Além disso, a crise mundial provocou uma queda na venda de carros novos. Nesse cenário, os usados, com preço mais baixo, tornaram-se uma opção melhor de negócio para as lojas, que só agora começam a vislumbrar dias melhores para o mercado automobilístico.
"Se não vendermos usados, não vendemos os novos; precisamos fazer o mercado girar", disse Eduardo Wadhy Rebehy, da Independance, que abriu nesta semana sua segunda concessionária Citroën em Ribeirão, com um investimento de R$ 1 milhão só na reforma do prédio. Para atrair compradores de seminovos, a nova loja está oferecendo facilidades de pagamento e uma TV LCD de brinde. "Nunca fizemos uma campanha de seminovos tão agressiva", disse.
Em outras concessionárias o cenário é o mesmo. A Ortovel (Ford), por exemplo, está fazendo um feirão de seminovos tendo como atrativo o baixo juro. "Temos que nos virar para continuar o negócio. Essa crise deu uma brecada nas vendas e só agora as taxas e o crédito estão voltando ao normal. Com um feirão, limpamos nosso estoque e abastecemos o mercado", disse Leonildo Peres Filho, gerente de vendas.
Segundo o presidente da Santa Emília Automóveis (Volkswagen), Rui Flávio Chúfalo Guião, os seminovos estão sendo vendidos praticamente a preço de custo.
"Se compramos por R$ 10 mil no começo do ano, o mercado agora paga apenas R$ 8 mil. Mas temos que fazer as vendas girarem para facilitar novas compras e equalizar o estoque."
O técnico em química Roberto da Costa saiu de São Carlos para comprar o carro novo da família em Ribeirão. Ou melhor, seminovo. "Se eu comprar um carro zero agora, ele se desvaloriza 15% imediatamente. Então compensa comprar um carro usado, em bom estado e com um preço menor", disse Costa, enquanto finalizava a compra de um Picasso ano 2005 por R$ 28 mil na Ortovel. "Se fosse zero, pagaria mais de R$ 40 mil e em pouco tempo o carro ia se desvalorizar."
Com crise ou sem crise, ainda há empresários que apostam exclusivamente no comércio de usados. Gabriel Basso de Oliveira inaugurou, há dez dias, uma revenda na marginal da avenida Maurilio Biagi e se declara otimista. "O consumidor está percebendo que o carro seminovo acaba compensando."


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