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Franca, 185, busca soluções para seus problemas sociais
Para o sindicato da indústria de calçados, setor voltará a crescer com força em 2010
Professor diz que baixo salário médio da indústria calçadistas e a crise são
as principais causas
das dificuldades sociais
LEANDRO MARTINS
ENVIADO ESPECIAL A FRANCA
Ao chegar aos 185 anos, comemorados ontem, Franca
ainda tem como um dos principais desafios solucionar parte
dos seus problemas sociais.
Com uma economia estruturada principalmente em torno
do polo industrial calçadista e
uma expansão populacional
impulsionada pela migração de
mão de obra, o município tem a
segunda maior população da
região de Ribeirão Preto, mas o
desempenho na área social
nem sempre acompanhou essa
evolução.
Números do IPRS (Índice
Paulista de Responsabilidade
Social) divulgados em março
pela Fundação Seade, por
exemplo, mostraram que Franca está atrás das outras três cidades mais populosas da região, Ribeirão Preto, Araraquara e São Carlos.
Em uma escala de 1 a 5 que
avalia critérios de longevidade,
riqueza e escolaridade, Franca
obteve a nota 4 -quanto mais
baixo o número, maior o índice
de desenvolvimento social. Ribeirão, São Carlos e Araraquara
obtiveram nota 1.
A situação se repetiu em outras avaliações divulgadas neste ano, como o IFDM (Índice
Firjan de Desenvolvimento
Municipal), no qual Ribeirão,
São Carlos e Araraquara ficaram entre as 20 cidades com
melhor desenvolvimento social
no Estado, enquanto Franca
apareceu na 217ª posição.
O professor de história da
Unifran (Universidade de
Franca) Anderson Luís Venâncio, 30, que estuda a evolução
do município, afirma que a baixa média salarial paga aos trabalhadores da indústria, atrelada ao fechamento de vagas por
causa da automatização das fábricas e à crise que atingiu o setor calçadista a partir dos anos
1990, são as principais causas
das dificuldades sociais existentes no município.
"A média dos salários pagos
cai cada vez mais, porque há
um excedente de mão de obra
para uma demanda que tende
cada vez mais a ser pequena",
disse Venâncio, especificamente sobre o setor calçadista.
Ele afirma que o setor agrícola, especialmente as lavouras
de café e cana-de-açúcar, acabam recebendo um pouco da
mão de obra excedente. Mas,
afirma, para que Franca possa
avançar com mais qualidade
nos próximos anos é necessário
incentivar a profissionalização
da mão de obra em outros setores, como o de serviços.
"O futuro de Franca está no
investimento em educação, para que a cidade se torne um tecnopolo", afirmou. Venâncio
disse acreditar que a indústria
calçadista não deve voltar aos
tempos "áureos" e suprir toda a
demanda por trabalho que a cidade tem. "Então, ou o trabalhador aprende outro ofício, se
especializa em outras coisas, ou
vai ter que mudar de cidade."
Em uma análise mais otimista, o presidente do Sindifranca
(Sindicato das Indústrias de
Calçados de Franca), José Carlos Brigagão do Couto, afirma
que o setor voltará a crescer
com força. Para ele, o avanço
será de 10% em 2010 e ainda
maior nos próximos anos.
"Nós estamos falando para as
indústrias se prepararem para
um grande crescimento em
2012", disse. O crescimento deve se refletir em abertura de
novas vagas de trabalho.
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