Ribeirão Preto, Sexta-feira, 30 de Janeiro de 2009

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Proposta de Dárcy divide os educadores

Ideia da democrata é acabar com progressão continuada, mas Secretaria da Educação é contra e propõe dobrar avaliações

O presidente do Conselho da Educação, por sua vez, diz que a progressão não é o problema ou a solução do ensino em Ribeirão Preto

Márcia Ribeiro - 28.jan.2008 /Folha Imagem
A prefeita Dárcy Vera (DEM), dá enrtrevista ao lado da secretária da Educação, Débora Vendramini


VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A proposta da prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (DEM), de alterar o sistema de avaliação dos alunos da rede municipal provocou um racha entre educadores.
Enquanto parte dos técnicos da Secretaria da Educação, entre eles a titular da pasta, Débora Vendramini, defende a revisão do sistema de progressão continuada, conforme revelou a Folha ontem, a prefeita propõe a volta da reprovação dos alunos por série, como acontecia antes de 1998. Já o presidente do Conselho Municipal da Educação, José Marcelino de Rezende Pinto, diz que "a progressão não é nem o problema nem a solução do ensino".
Considerada "menos radical", a proposta discutida na Secretaria da Educação é a redução dos ciclos de ensino para dois anos. As avaliações com possibilidade de retenção dos alunos ocorreriam no terceiro, quinto, sétimo e nono anos. Pelo sistema que vigora hoje, os alunos são reprovados quando não conseguem aprender aquilo que prevê a escola ao final de quatro anos.
Além da discórdia sobre qual proposta apresentar ao Conselho Municipal da Educação, que tem o poder de barrar ou aprovar inovações no sistema de ensino, os representantes da pasta e a prefeita precisam encontrar uma forma jurídica de mudar a progressão continuada, o que não pode ser feito por decreto, como chegou a anunciar Dárcy anteontem.
Outra questão, segundo a Folha apurou, é sobre quando implantar as mudanças. De acordo com Rezende Pinto, presidente do conselho, é possível iniciar um novo sistema de avaliação ainda neste ano letivo, desde que os conselheiros aprovem. "Mas é um equívoco pensar tanto na redução dos ciclos de ensino como na retenção por série. A retenção do aluno pune a vítima, culpa a criança por não ter aprendido, e geralmente a criança mais pobre, e não a baixa qualidade da escola", disse Rezende Pinto, docente do departamento de psicologia e educação da USP de Ribeirão Preto.
Procurada pelo segundo dia seguido, Dárcy não comentou o assunto, assim como a secretária Vendramini. Questionamentos foram enviados por e-mail à Coordenadoria de Comunicação Social, mas não houve resposta até as 20h30.


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