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LITERATURA
Menalton Braff, que vive em Serrana, tem um romance pronto e mais dois livros em fase final
Vencedor do Jabuti prepara 3 obras
ALESSANDRO BONASSOLI
da Folha Ribeirão
O vencedor da mais prestigiada
condecoração da literatura nacional, o Prêmio Jabuti, tem mais
três obras encaminhadas.
Menalton Braff, 61, que vive em
Serrana (31 km de Ribeirão Preto), teve seu livro de contos "À
Sombra do Cipreste" escolhido
como a melhor obra de ficção lançada no Brasil em 1999.
Logo após o anúncio da premiação, na noite de anteontem, em
São Paulo, ele disse à Folha que o
novo livro será um romance.
"Que Enchente me Carrega?" -
título provisório - ainda não
tem previsão de lançamento.
O trabalho estava concluído antes mesmo de o escritor ter sido
condecorado na elite da literatura
do país. Como escrever é um prazer, "uma verdadeira necessidade", segundo o próprio autor,
Braff está finalizando outro romance e um livro de contos.
Nada mal para quem nunca havia publicado nada. "Eu não sentia necessidade disso", disse.
Se era um ilustre desconhecido,
Braff agora vai ter reconhecimento garantido. Ele concorreu com
figuras tradicionais da literatura
brasileira, como Carlos Heitor
Cony e Ferreira Gullar.
"Não sei nem o que dizer. A
emoção é indescritível, ainda
mais tendo autores de tamanha
importância concorrendo comigo", disse Braff.
Para ele, sua diferença para com
os famosos é a experiência. "Eles
têm uma merecida fama, mas eu
escrevo há mais tempo."
Natural de Taquara (RS), ele vive no Estado de São Paulo desde a
década de 60, quando deixou a
terra natal para escapar da perseguição do regime militar.
O ativo militante da esquerda
tornou-se um pacato professor de
literatura. "Dou aulas em sete cidades da região de Ribeirão em
escolas do ensino médio", afirmou. Todas as semanas, ele viaja
cerca de 1.500 km entre Ribeirão,
Batatais, São Joaquim da Barra,
Ituverava, Ipuã, Catanduva e São
Sebastião do Paraíso (MG).
Junto com o prêmio e o reconhecimento tardio, mas em tempo, Braff recebeu R$ 12 mil. "Esse
dinheiro e o lucro com as vendas
são insignificantes. O que vale para mim é o prazer de ter alguém
lendo meu trabalho e gostando",
disse ele.
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