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HISTÓRIAS
Cordial adeus
LUÍS EBLAK
Editor-assistente da Folha Ribeirão
A cordialidade do brasileiro,
nos tempos atuais de globalização, parece inexistir. Se ainda
houver resquícios dessa qualidade, o interior de nosso Estado é candidato a tê-los.
A definição acadêmica do
termo é de nosso Sérgio Buarque de Hollanda. Vemos surgir
a explanação nos anos 30, com
"Raízes do Brasil". O corpo se
vai, mas fica a alma...
Outrora se tentou criar para o
torcedor do interior uma noção de cordialidade. Sobretudo
quando Ribeirão Preto recebeu
as finais do Campeonato Paulista em 1995. Mas isso até pareceu inexistir porque a final daquela competição, que quebrou um tabu histórico -o
Corinthians jamais havia vencido uma final contra o Palmeiras-, teve brigas e pancadarias nas arquibancadas.
Mas foram apenas impressões. A cordialidade existe sim
no interior. Que dizer do torcedor, da mesma Ribeirão, do
Comercial? Ele vai ao estádio
-embora em número reduzidíssimo-, vê um futebol pífio
e tem de aguentar, na segunda-feira, a zombaria de botafoguenses... Justo de torcedores
rivais, que, por sinal, não vão lá
tão bem das pernas.
O torcedor do São José -outrora vice-campeão paulista!-
, idem. Só não tem um rival à
altura em sua cidade, mas a
zombaria não deixa de existir.
O da Internacional de Limeira
-campeã estadual frente ao
Palmeiras-, idem.
Tudo isso, mas o torcedor
continua indo ao Palma Travassos, ao Martins Pereira, ao
Limeirão. Em número pequeno, mas segue com sua humildade fenomenal.
Atarefado com o trabalho de
sempre -mais um mestrado
na reta final-, deixo aqui minhas últimas linhas nesta coluna. Passo a bola para o colega
Fábio Soares, que tão bem conhece a cobertura esportiva de
Campinas, Ribeirão e Vale.
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