Ribeirão Preto, Domingo, 30 de Abril de 2000


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HISTÓRIAS
Cordial adeus

LUÍS EBLAK
Editor-assistente da Folha Ribeirão

A cordialidade do brasileiro, nos tempos atuais de globalização, parece inexistir. Se ainda houver resquícios dessa qualidade, o interior de nosso Estado é candidato a tê-los.
A definição acadêmica do termo é de nosso Sérgio Buarque de Hollanda. Vemos surgir a explanação nos anos 30, com "Raízes do Brasil". O corpo se vai, mas fica a alma...
Outrora se tentou criar para o torcedor do interior uma noção de cordialidade. Sobretudo quando Ribeirão Preto recebeu as finais do Campeonato Paulista em 1995. Mas isso até pareceu inexistir porque a final daquela competição, que quebrou um tabu histórico -o Corinthians jamais havia vencido uma final contra o Palmeiras-, teve brigas e pancadarias nas arquibancadas.
Mas foram apenas impressões. A cordialidade existe sim no interior. Que dizer do torcedor, da mesma Ribeirão, do Comercial? Ele vai ao estádio -embora em número reduzidíssimo-, vê um futebol pífio e tem de aguentar, na segunda-feira, a zombaria de botafoguenses... Justo de torcedores rivais, que, por sinal, não vão lá tão bem das pernas.
O torcedor do São José -outrora vice-campeão paulista!- , idem. Só não tem um rival à altura em sua cidade, mas a zombaria não deixa de existir. O da Internacional de Limeira -campeã estadual frente ao Palmeiras-, idem.
Tudo isso, mas o torcedor continua indo ao Palma Travassos, ao Martins Pereira, ao Limeirão. Em número pequeno, mas segue com sua humildade fenomenal.
Atarefado com o trabalho de sempre -mais um mestrado na reta final-, deixo aqui minhas últimas linhas nesta coluna. Passo a bola para o colega Fábio Soares, que tão bem conhece a cobertura esportiva de Campinas, Ribeirão e Vale.



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