Ribeirão Preto, Segunda-feira, 30 de Agosto de 2010

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Lobby do etanol deve marcar Fenasucro

Setor sucroalcooleiro luta para tornar o combustível da cana produto comercializado livremente no mundo

O presidente Lula, que participa da abertura amanhã, será nomeado embaixador brasileiro da bionergia pelo setor

JEAN DE SOUZA
DE RIBEIRÃO PRETO

O lobby e a torcida do setor sucroalcooleiro brasileiro para tornar o etanol um produto comercializado livremente no mercado mundial darão o tom na edição das feiras Fenasucro e Agrocana deste ano, que começam amanhã, em Sertãozinho.
Os indícios desse movimento já surgem na carta de apresentação do evento, que será aberto pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e que tem como presidente de honra o empresário Rubens Ometto Silveira Mello, da Cosan.
Segundo o presidente do Ceise-BR (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético), Adézio Marques, a promoção do etanol feita por Lula durante seu governo renderá a ele uma homenagem que é também uma missão.
No evento, Lula será nomeado, pelas entidades empresariais do setor, embaixador brasileiro da bionergia.
A escolha de Ometto para ocupar a presidência não deixa de ser menos simbólica sobre a ambição da feira.
Na semana passada, a Cosan, maior empresa do setor sucroalcooleiro do mundo, oficializou sua união à anglo-holandesa Shell, uma das maiores produtoras e distribuidoras de combustíveis do mercado global.
Presidente do Conselho de Administração da Cosan, cargo que também ocupará na empresa resultante da combinação com a Shell, Ometto foi responsável por conduzir o processo de consolidação da Cosan.
Na última década, a empresa lançou ações na Bolsa de Valores de Nova York, assumiu outras usinas, como as quatro que pertenciam à NovAmérica, comprou a rede de postos Esso, da americana Exxon, além de outros negócios de menor porte.
Para discutir a transformação do etanol em commoditty mundial, o fórum que antecede a feira terá representantes diplomáticos e do mundo empresarial de mercados como Europa, Índia, China e Estados Unidos.
Esse movimento tem impacto direto na economia da região de Ribeirão, diz Marques, que além de dirigente do Ceise-BR é empresário em Sertãozinho.
Segundo ele, o empurrão do combustível da cana rumo ao mercado internacional será fundamental para aumentar o faturamento das fabricantes de máquinas e equipamentos e das usinas.
Para a edição deste ano, a organização das feiras manteve a projeção de negócios de 2009: R$ 2,2 bilhões.
Augusto Balieiro, diretor da Multiplus e Eventos, que organiza as duas feiras, diz, no entanto, que essa é uma posição conservadora.
Segundo ele, neste ano 450 empresas ocuparão os 55 mil m2 de exposição do Centro de Eventos Zanini, 30 a mais do que em 2009.
O desempenho favorável da economia brasileira e, particularmente, do setor sucroalcooleiro, devem alavancar os negócios e fazer com que o volume de negócios estimado seja ultrapassado, segundo Balieiro.


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