Ribeirão Preto, Domingo, 30 de Outubro de 2011

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Justiça manda USP reintegrar 15 servidores ao trabalho

Universidade demitiu neste ano 260 aposentados que estavam na ativa; outros 40 tiveram liminares cassadas

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Sentenças de primeira instância na Justiça obrigaram a USP (Universidade de São Paulo) a reintegrar pelo menos 15 servidores de um grupo de 260 demitidos em todos os campi do Estado em janeiro deste ano.
Outros 40 desligados tentaram voltar ao trabalho via Justiça, mas não obtiveram liminar. Os dados são da reitoria e do Sintusp, o sindicatos dos funcionários da USP.
Todos os demitidos em janeiro eram servidores já aposentados mas que continuavam trabalhando. Eles eram contratados em regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Em Ribeirão, são cinco reintegrados e ao menos três já estão trabalhando.
Os últimos dois tiveram no último dia 14 sua reintegração ao trabalho publicada no "Diário Oficial do Estado". A educadora Edna Aparecida Alexandre da Costa, 49, aguardava com expectativa para voltar à creche da USP.
"Meus colegas estão muito felizes por mim. Eu recebi até telefonema de alguns pais quando saí", disse. Servidora por 25 anos na creche da USP, ela obteve sua aposentadoria em setembro do ano passado e diz que recebeu com surpresa em janeiro a notícia de sua demissão.
"Quase morri, porque eu estava afastada, em tratamento de uma suspeita de câncer. A notícia me deixou muito mal." Se recebia antes quase R$ 3.000 com a dupla remuneração, ela conta ter passado apuros nos últimos meses ao depender apenas da sua aposentadoria, de R$ 1.300.
O cozinheiro Joel Roberto Soares, 33, diz que se assustou também com a demissão em janeiro -ele trabalhava na cozinha da USP de Ribeirão desde 2003.

OUTRO LADO
A reitoria da USP, via e-mail, confirmou apenas que são 15 servidores reintegrados ao trabalho e 40 que não obtiveram liminar judicial. A USP não disse se recorreu da decisão em todos os casos.
Em um comunicado distribuído no dia 17 de janeiro, a universidade diz que os desligados não eram concursados e que possuía na época das demissões cerca de 10% de seu quadro formado por funcionários aposentados, mas que continuavam na ativa.
"Dentro de três anos, se nenhuma medida fosse tomada, 25% dos funcionários técnico-administrativos seriam aposentados, o que impediria a renovação do quadro de funcionários", dizia o texto. A atual administração, segundo o comunicado, não fará novas demissões em razão de aposentadoria.


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