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Golpes atingem 22 por mês em Ribeirão
20% dos casos registrados como estelionato nos distritos policiais da cidade são de vítimas lesadas de alguma forma
Mulher perde R$ 63 mil no golpe do bilhete falso e casas são assaltadas com golpistas utilizando uniformes da CPFL
DA FOLHA RIBEIRÃO
Todos os meses, em média 22
pessoas são vítimas dos mais
variados tipos de golpes em Ribeirão Preto. No município,
cerca de 20% dos casos registrados como estelionato nos
distritos policiais são de vítimas que foram lesadas por terem sido enganadas.
No segundo semestre -de
julho a outubro- foram registrados 452 casos de estelionato
em Ribeirão Preto. Os meses de
setembro (81 estelionatos) e
outubro (58) tiveram os números subjugados por conta da
greve da Polícia Civil, que teve
início em 16 de setembro e durou 60 dias.
Na manhã da última quinta-feira, uma aposentada de 55
anos perdeu R$ 63 mil ao cair
no golpe do bilhete falso. Um
casal a procurou em sua casa,
no bairro Ribeirânea, em Ribeirão Preto, dizendo que havia
acertado as dezenas de um concurso da Caixa Econômica Federal, mas como eram pessoas
simples, precisavam de ajuda
com o dinheiro.
Eles exigiram provas de que a
vítima tinha uma boa condição
financeira. Ela, então, juntou
jóias, no valor de R$ 60 mil,
mais R$ 3.000 em dinheiro,
além de cheques e documentos,
e acompanhou o casal à casa lotérica. Lá, eles fugiram com todo o material.
Também na quinta-feira, ladrões utilizaram o golpe do disfarce para furtar residências
em Ribeirão Preto e em São
Carlos. Nos dois casos, eles usavam uniformes da companhia
CPFL Paulista.
Em Ribeirão Preto, eles levaram R$ 6.000 de uma casa no
bairro Campos Elíseos. Já em
São Carlos, furtaram R$ 600 e
ainda cobraram R$ 274 do suposto serviço de um aposentado. A mesma estratégia já foi
utilizada com roupas dos Correios e de agentes da Vigilância
Epidemiológica.
A CPFL, por meio da sua assessoria de imprensa, informou
que seus funcionários não fazem visitas a residências sem
serem solicitados. Além disso,
em nenhuma hipótese essas visitas são cobradas.
Para a Polícia Civil, a única
possibilidade de prevenção
desse tipo de crime é a informação. De acordo com o delegado
da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Ribeirão Preto José Gonçalves Neto, os alvos principais são os idosos e os
adolescentes.
"Eles usam essas pessoas,
que normalmente são mais ingênuas. Outra característica é
que eles agem perto de agências
bancárias ou casas lotéricas",
afirmou.
De acordo com Gonçalves
Neto, já houve prisões de estelionatários especialistas em
golpes como o do bilhete premiado neste ano. "Nossa principal ajuda é o reconhecimento
das vítimas, mas até palavras
usadas e sotaques podem nos
ajudar", afirmou.
O pesquisador do Observatório da Violência e Práticas
Exemplares da USP (Universidade de São Paulo), Sérgio Kodato, atribui a dois fatores o fato de golpistas ainda se manterem no Brasil: ignorância e estado emocional.
"Quando estamos desesperados, precisando de dinheiro ou
com a idéia de que algum parente está em perigo, nossa capacidade intelectual é reduzida
e a emocional, aumentada. Isso
nos faz acreditar em coisas improváveis", afirmou.
(ROBERTO MADUREIRA)
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