|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Casos de dengue já passam de 7.600 e nº pode ser maior
Pesquisa da USP e da Prefeitura de Ribeirão pretende levantar quantos tiveram a doença, mas não os sintomas
Serão analisadas 5.000 amostras de sangue coletadas nas UBDs em 2009; Vigilância estima que, para cada caso confirmado, há outros dez
LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Mais de 7.600 pessoas contraíram dengue neste ano em
Ribeirão Preto, na maior epidemia que a cidade já teve. De
acordo com dados da Secretaria
Municipal de Saúde, foram registrados 7.621 casos até o final
da tarde de ontem.
No entanto, esse número pode ser ainda maior já que, segundo especialistas, muitas
pessoas podem ter contraído a
doença e não ter tido sintomas.
Para conseguir levantar dados dessa subestimação de casos, USP e prefeitura vão analisar 5.000 amostras de sangue
coletadas nas UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde)
no ano passado de pessoas sem
sintomas de dengue.
A intenção é identificar os sorotipos que circulam na cidade
para definir modos de controle
da doença. O trabalho, nomeado Inquérito Epidemiológico,
deve ser concluído em junho.
"Há uma estimativa de que,
para cada caso confirmado, há
outros dez assintomáticos. Já
temos 20 anos de transmissão
da doença e precisamos saber
qual é o perfil epidemiológico",
disse a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde,
Maria Luiza Santa Maria.
Segundo Benedito Antônio
Lopes da Fonseca, professor da
USP de Ribeirão e um dos coordenadores da pesquisa, será
possível saber a porcentagem
da população que já teve dengue na cidade.
"Vamos saber, não só casos
assintomáticos mas, por exemplo, pessoas que contraíram a
doença, mas tiveram sintomas
mais leves, como uma febre
mais baixa, e nem procuraram
o médico. Com isso, não foram
notificadas", disse.
O levantamento vai apontar
se a pessoa teve ou não dengue
mas não vai indicar qual o tipo
do vírus -1, 2 ou 3.
O médico, que é especialista
em dengue, disse que a subnotificação de anos anteriores é um
dos motivos do crescimento da
doença neste ano.
"Antes, o paciente precisava
voltar depois do 6º dia do início
dos sintomas para confirmar a
doença, o que nem sempre
ocorria. Hoje temos o teste rápido [resultado sai na hora], o
que aumenta o número de notificações."
Texto Anterior: Painel Regional Próximo Texto: Foco: Ribeirão tem terceiro mês consecutivo de chuvas abaixo da média histórica Índice
|