Ribeirão Preto, Quarta-feira, 31 de Março de 2010

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Casos de dengue já passam de 7.600 e nº pode ser maior

Pesquisa da USP e da Prefeitura de Ribeirão pretende levantar quantos tiveram a doença, mas não os sintomas

Serão analisadas 5.000 amostras de sangue coletadas nas UBDs em 2009; Vigilância estima que, para cada caso confirmado, há outros dez


LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Mais de 7.600 pessoas contraíram dengue neste ano em Ribeirão Preto, na maior epidemia que a cidade já teve. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, foram registrados 7.621 casos até o final da tarde de ontem.
No entanto, esse número pode ser ainda maior já que, segundo especialistas, muitas pessoas podem ter contraído a doença e não ter tido sintomas.
Para conseguir levantar dados dessa subestimação de casos, USP e prefeitura vão analisar 5.000 amostras de sangue coletadas nas UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) no ano passado de pessoas sem sintomas de dengue.
A intenção é identificar os sorotipos que circulam na cidade para definir modos de controle da doença. O trabalho, nomeado Inquérito Epidemiológico, deve ser concluído em junho.
"Há uma estimativa de que, para cada caso confirmado, há outros dez assintomáticos. Já temos 20 anos de transmissão da doença e precisamos saber qual é o perfil epidemiológico", disse a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Maria Luiza Santa Maria.
Segundo Benedito Antônio Lopes da Fonseca, professor da USP de Ribeirão e um dos coordenadores da pesquisa, será possível saber a porcentagem da população que já teve dengue na cidade.
"Vamos saber, não só casos assintomáticos mas, por exemplo, pessoas que contraíram a doença, mas tiveram sintomas mais leves, como uma febre mais baixa, e nem procuraram o médico. Com isso, não foram notificadas", disse.
O levantamento vai apontar se a pessoa teve ou não dengue mas não vai indicar qual o tipo do vírus -1, 2 ou 3.
O médico, que é especialista em dengue, disse que a subnotificação de anos anteriores é um dos motivos do crescimento da doença neste ano.
"Antes, o paciente precisava voltar depois do 6º dia do início dos sintomas para confirmar a doença, o que nem sempre ocorria. Hoje temos o teste rápido [resultado sai na hora], o que aumenta o número de notificações."


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