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Estudo diz que fumar maconha não prejudica função pulmonar

Pesquisa comparou usuários e não fumantes durante 20 anos

DO “NEW YORK TIMES”

Um grande estudo financiado pelo governo americano descobriu que o consumo regular de maconha, mesmo durante muitos anos, não afeta as funções pulmonares.

Os pesquisadores acompanharam mais de 5.000 pessoas durante mais de duas décadas e descobriram que fumar maconha regularmente -o equivalente a até um baseado por dia ao longo de sete anos- não teve impacto sobre o teste de desempenho da função pulmonar.

O teste analisa a quantidade de ar que uma pessoa consegue expirar um segundo depois de uma inspiração profunda e é tipicamente prejudicado pelo consumo regular de tabaco.

Os pesquisadores descobriram ainda que, comparados aos não fumantes, usuários de maconha tiveram uma performance um pouco melhor no exame.

"Mesmo com esse pequeno aumento no fluxo de ar, tenho de admitir que eu realmente duvido que haja qualquer melhoria real na saúde do pulmão", disse Stefan Kertesz, professor associado da Universidade de Alabama e um dos autores do estudo.

A descoberta pode refletir os anos de "treinamento" dos fumantes de maconha na prática de inalações profundas, disseram os pesquisadores.

PREJUÍZOS

No curto prazo, fumar maconha irrita as vias aéreas e pode causar tosse, redução de atenção e menor motivação. Além disso, aumenta o risco de acidentes.

Ao longo de dias ou semanas, o uso crônico pode levar a problemas com a aprendizagem e memória.

Mas, até agora, não estava claro se fumar maconha desencadeava o tipo de alterações pulmonares que levam a danos permanentes, como a doença pulmonar obstrutiva crônica.

Pesquisas anteriores sugeriam que o impacto da fumaça de maconha, que contém alguns dos mesmos produtos químicos nocivos como o tabaco, não seria tão prejudicial para a função pulmonar quanto a do cigarro.

Mas muitos dos estudos anteriores foram realizados em períodos relativamente curtos e com centenas, não milhares, de indivíduos.

No novo estudo, publicado no "Journal of the American Medical Association", foram entrevistados cerca de 5.100 homens e mulheres, que repetiram os testes de função pulmonar ao longo de 20 anos.

Os voluntários tinham em média cerca de 25 anos de idade no início do estudo e mais da metade fumava maconha, cigarros ou ambos.

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