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Crianças brasileiras vão participar de estudo sobre câncer

Organização Mundial da Saúde vai acompanhar 1 milhão de crianças em dez países para investigar causas ambientais da doença

THIAGO FERNANDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A OMS (Organização Mundial da Saúde) iniciou neste mês um estudo global sobre a relação entre fatores ambientais e o desenvolvimento do câncer infantil. O trabalho vai acompanhar 1 milhão de crianças em dez países desde o nascimento até completarem 18 anos.

No Brasil, o estudo estará a cargo do Centro Infantil Boldrini, referência no tratamento da doença em Campinas (interior de São Paulo).

O hospital vai acompanhar 100 mil crianças em parceira com as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região.

Segundo Silvia Brandalise, presidente da instituição, os benefícios do trabalho devem começar a ser observados dentro de dez a 15 anos.

"O objetivo é identificar a maior incidência de câncer a partir da exposição a derivados do benzeno ou a defensivos agrícolas. Esses riscos já são conhecidos mas, com esse trabalho, poderemos definir melhor o impacto epidemiológico e fortalecer a correlação estatística entre os fatores causadores e a incidência da doença", afirma.

Serão selecionadas mil gestantes, com incremento progressivo desse número até alcançar o total de 100 mil no prazo de dois anos e meio.

Elas deverão responder a questionários sobre exposição a fatores de risco em quatro momentos: no primeiro e no segundo trimestre da gravidez e quando a criança completar seis meses e um ano e meio de idade.

Depois, haverá a notificação da ocorrência de doenças graves ou incomuns nas crianças acompanhadas. Segundo Brandalise, a cada ano, devem ser registrados entre dez e 15 casos de câncer. "O estudo vai permitir identificar com detalhes os fatores ambientais que estão associados a esses casos."

Além do câncer, o hospital vai monitorar casos de malformação congênita e doenças da medula óssea, associadas à exposição a fatores de risco ambientais.

Para participar do projeto, o hospital construiu um novo prédio para o atendimento a pacientes. No entanto, segundo Brandalise, o hospital ainda não tem financiamento para a última etapa do processo, que é a conclusão do biorrepositório para armazenar o material orgânico coletado das mães e crianças.

"Esperamos ter financiamento para terminar as instalações a partir dos primeiros resultados do estudo."

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