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Contra o sabor Inclusão de sabor é estratégia para conquistar novos fumantes ALBERTO ARAÚJOESPECIAL PARA A FOLHA Nas últimas semanas, entidades médicas manifestaram-se favoráveis ao banimento de quaisquer formas de aditivos no tabaco, sejam açúcares, aromatizantes ou flavorizantes. Essa posição acompanha as recomendações de um tratado mundial para o controle do tabaco, a CQCT (Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco), que preconiza a proibição da adição de substâncias nos cigarros e outros derivados do tabaco que favoreçam a dependência dos jovens e adolescentes. Hoje, o tabagismo é responsável pela perda precoce de 200 mil vidas por ano no Brasil devido, principalmente, às doenças cardiovasculares e respiratórias, ao acidente vascular cerebral e ao câncer. A inclusão de sabores (mentol, cravo, chocolate etc.) nos cigarros tem se revelado uma estratégia bem-sucedida da indústria para conquistar novos fumantes e para atrair os que já fumam. Pesquisa realizada no Brasil pelo Instituto Nacional do Câncer, em parceria com a Universidade Johns Hopkins (EUA), confirmou a preferência de adolescentes por cigarros aromatizados. Entre os que fumam, 44% preferem esse tipo de cigarro. Outros estudos de respeitados centros de pesquisa de todo o mundo mostram os malefícios desses aditivos, que potencializam o tabagismo, sobretudo em jovens. Só no Brasil, todos os anos, 24,5% dos adolescentes de 13 a 15 anos experimentam cigarros, e muitos continuam a fumar graças aos aditivos, que tornam esses produtos saborosos e atrativos. As sociedades médicas entendem que o uso dessas substâncias gera uma grave violação à saúde. A manutenção dos aditivos, como os açúcares e flavorizantes, atende a uma reivindicação da indústria do tabaco, que lucra com vidas humanas. A convenção-quadro diz que a proteção de uma política de controle do cigarro não deve ser alterada nem ter a interferência de interesses econômicos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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