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Indústria estuda medidas contra veto a cigarros com sabor

Associação de fabricantes diz que medida vai estimular mercado ilegal; para Souza Cruz, governo não ouviu argumentos do setor

DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA

A indústria de tabaco vai se reunir na próxima terça-feira para discutir que medidas deve tomar frente à decisão da Vigilância Sanitária, que ontem proibiu a venda de cigarros e outros derivados de tabaco com aroma e sabor.

Os cigarros com aroma devem ser retirados do mercado em até 18 meses e os outros derivados, como cigarrilhas, em até 24.

"Estamos aguardando a publicação oficial da nova norma para saber quais foram os termos usados e, a partir daí, medir quais serão os impactos de maneira precisa", afirma Carlos Galant, presidente da Abifumo (Associação Brasileira da Indústria do Fumo).

Segundo ele, só é possível adiantar que o setor já se preocupa com a maior entrada de produtos contrabandeados no país. "O fumante vai continuar consumindo esse produto."

Fernanda Lethier, gerente de marketing da Golden Leaf, fabricante de cigarros de cravo, afirma que a empresa deve tomar medidas legais contra a decisão da Anvisa.

"O cravo não é um aditivo. Nosso produto é uma mistura de cravo e tabaco. Essa decisão inviabiliza nosso negócio, que tem oito anos como marca consolidada no país."

Lethier afirma que a empresa, com sede na Indonésia, fez investimentos pesados no país e já pagou milhões em impostos ao governo. "A Anvisa sabe que nosso produto não usa cravo como aditivo, eles sabem a diferença, aprovaram nossa carteira."

Em nota, a Souza Cruz diz que "lamenta" a decisão da Vigilância Sanitária pela restrição de uso de ingredientes nos produtos. "A Anvisa demonstrou não ter levado em conta os argumentos da cadeia produtiva do setor."

Para a empresa, as autoridades brasileiras devem tratar o assunto com "mais profundidade, como a FDA [agência de vigilância sanitária dos EUA], que está analisando proposta semelhante em uma câmara de estudos técnicos estabelecida para essa finalidade."

Segundo a Souza Cruz, o comércio ilegal responde por 30% do mercado brasileiro, levando à sonegação de R$ 3 bilhões em impostos por ano. As medidas restritivas, diz a empresa, vão aumentar a participação do contrabando.

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