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O choro dos palhaços
"Dr. Giovani [médico do HC] fazia o possível para diminuir em nós a sensação de isolamento. (...) Levou-nos a alguns passeios inesquecíveis. Providenciava tudo: ambulância, cilindros de oxigênio, respirador portátil.
Conhecer o circo era um sonho. Dr. Giovani arrumou tudo, preparou a infraestrutura e nos levou - eu, Paulo, Tânia e Pedro - em duas ambulâncias. Mas naquela tarde caiu um temporal, faltou público e o espetáculo foi cancelado. (...) O médico procurou o dono do circo, explicou a situação e o levou até nós, nas ambulâncias. A trupe nos maquiou e resolveu nos presentear com uma miniapresentação exclusiva. A choradeira foi geral. Os palhaços conduziram o show sob lágrimas."

O abraço
"Adalberto [enfermeiro da UTI] foi protagonista de uma das minhas histórias mais marcantes. Eu tinha apenas oito anos e chorava desesperadamente.
Ele entrou no quarto e perguntou o que estava acontecendo. Eu não sabia explicar. Solidão, tristeza, falta de carinho, dor. Tudo junto. Tentou me consolar, mas eu chorava cada vez mais. Adalberto então enfiou um dos braços por trás das minhas costas, me ergueu um pouquinho e me enlaçou com força. Foi uma sensação maravilhosa. Jamais havia ganhado um abraço. Até hoje, nem mesmo meus pais jamais me abraçaram."

Perspectiva horizontal
"Quem vive numa cama não tem a mesma perspectiva das outras pessoas. Depois de tanto tempo deitados, não conseguimos mais ver o mundo na vertical. No meu caso, a perspectiva é toda horizontal. Há anos, por problemas respiratórios, não posso mais usar nem travesseiro. Vejo o mundo de baixo para cima ou de lado. Não sei o que é olhar para baixo."

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