São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009

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Um comprimido do remédio já faz mal a fetos

DA REPORTAGEM LOCAL

Desenvolvida na Alemanha em 1954, a talidomida era usada para controlar ansiedade e enjoos. A droga ultrapassa a barreira placentária e interfere na formação do feto. Tomar um único comprimido nos três primeiros meses de gestação já causa focomelia, síndrome caracterizada pela aproximação ou encurtamento dos membros (tornando os fetos parecidos aos de uma foca).
O efeito teratogênico da talidomida foi descoberto em 1960. No ano seguinte, a droga foi tirada de circulação em todos os países, exceto no Brasil, que o comercializou por mais quatro anos.
Ainda no ano de 1965, foi descoberto o efeito benéfico da droga no tratamento de estados reacionais em hanseníase, o que gerou a sua reintrodução no Brasil. Hoje, ela só pode ser produzida por laboratório do governo federal e distribuída pelo Ministério da Saúde.
Embora desde 1997 as mulheres em idade fértil estejam proibidas de usar o remédio, a falta de informações e falhas na vigilância do medicamento fizeram com que o país tivesse, entre 2005 e 2007, a terceira geração de vítimas da talidomida -fato inédito no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
O Brasil tem pelo menos mil casos da síndrome, conforme a OMS, mas o governo federal só reconhece, com o pagamento de pensão, 650.


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