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Aparelho facilita o monitoramento de tumores oculares
Câncer de retina, mais comum em crianças, é detectado por nova máquina instalada no Instituto Nacional de Câncer
Tecnologia ainda rara no país dá uma visão detalhada do fundo do olho e mostra outros problemas nesse órgão
DENISE MENCHEN
DO RIO
O Inca (Instituto Nacional
de Câncer) adquiriu um equipamento que facilita o diagnóstico e o monitoramento
dos tumores oculares, importante principalmente nos casos de retinoblastoma.
Detectado tradicionalmente por meio do exame de
fundo de olho, esse tipo de
tumor na retina responde por
entre 2% e 4% dos casos de
câncer em crianças e costuma aparecer até os três anos
de idade.
De acordo com o oftalmologista Evandro Lucena, do
Inca, as vantagens do aparelho, batizado de RetCam 3,
começam já na visualização
do tumor. A imagem da retina, captada por uma câmera
de alta resolução, é exibida
em um monitor e pode ter cor
e brilho ajustados.
"É como se antes a gente tivesse um raio-X e agora passasse a ter uma super-ressonância magnética", compara
o médico.
Outra novidade é a opção
de armazenar as imagens feitas durante os exames.
O retinógrafo, aparelho
normalmente usado para fotografar a retina, exige que o
paciente deixe a cabeça parada sobre um apoio. Essa missão é quase impossível no caso de crianças pequenas.
Esse método também não
permite registrar as imagens.
"O acompanhamento acaba
sendo feito com base nas
anotações, nos desenhos e
na memória do médico", explica Mário Motta, presidente
da Sociedade Brasileira de
Oftalmologia e da Sociedade
Brasileira de Retina e Vítreo.
Com o RetCam, o médico
pode gravar ou imprimir as
imagens captadas pela câmera que, por ser acoplada a
uma espécie de pistola, dá ao
oftalmologista mais mobilidade. "O aparelho se adapta
à posição em que a criança
está", diz Motta.
Em São Paulo, a máquina
já é usada no Hospital São
Paulo, da Unifesp, que faz
atendimentos pelo SUS.
TRATAMENTO
Lucena, do Inca, explica
que o aparelho será importante principalmente no monitoramento da doença. Com
o registro e a medição dos tumores, o profissional tem
mais condições de avaliar a
reposta ao tratamento.
Atualmente, a maioria dos
pacientes é submetida a químio, laser ou radioterapia.
Em alguns casos, é preciso
remover o olho atingido. "O
retinoblastoma é agressivo e,
quando há metástase, o tratamento é muito difícil", explica Lucena. Segundo ele, o
mais comum é a doença evoluir para gânglios, sistema
nervoso central e ossos.
O sinal mais característico
da doença é uma mancha esbranquiçada no olho, visível
principalmente em fotografias tiradas com flash.
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