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Novo tipo de colesterol provoca mais risco cardíaco do que LDL
Oxicolesterol é gerado quando alimentos ricos em gorduras são aquecidos
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um novo tipo de colesterol, o
oxicolesterol, pode representar
um risco cardiovascular ainda
maior do que o LDL (colesterol
"ruim") no aumento do colesterol total no sangue e na formação de placas de gordura nas
artérias, revela um dos primeiros estudos sobre o tema, apresentado no congresso da Sociedade Americana de Química,
no fim do mês passado.
No organismo, o oxicolesterol é fabricado por meio de reações entre as gorduras e o oxigênio, processo conhecido como oxidação. Quando alimentos ricos em gorduras são aquecidos a altas temperaturas, a
oxidação também ocorre. O uso
de gordura trans ou óleo vegetal parcialmente hidrogenado
em alimentos processados
também gera oxicolesterol.
O novo estudo mediu os efeitos de uma dieta rica em oxicolesterol em camundongos. Nos
animais alimentados com altas
quantidades dessa gordura, o
nível de colesterol no sangue
subiu 22% a mais. Também foram observados maiores depósitos de gordura nas paredes
das artérias.
Para o coordenador do estudo, Zhen-Yu Chen, o mais importante são os efeitos do oxicolesterol na função arterial:
ele reduz a elasticidade das artérias e afeta a capacidade de
transportar mais sangue, o que
aumenta o risco de coágulos.
O cardiologista e nutrólogo
Daniel Magnoni, do HCor
(Hospital do Coração), explica
que o colesterol oxidado é
aquele que mais provoca doenças. "Tem gente com colesterol
alto, LDL alto e que não tem
doenças. Já outras pessoas têm
LDL normal, mas têm doenças.
Talvez seja em razão dessa oxidação", explica.
Não se sabe se as estatinas,
medicamentos mais usados para reduzir o colesterol, reduzem as taxas de oxicolesterol. A
recomendação é investir em
dietas antioxidantes, com frutas, vegetais e cereais integrais.
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