São Paulo, sábado, 08 de janeiro de 2011 |
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Remédio para parar de fumar é ligado a suicídios nos EUA Promotor americano acusa o laboratório Pfizer, fabricante da droga, de negligência DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS O laboratório Pfizer é alvo de mais de mil ações na Justiça dos EUA, sob a acusação de que o Champix, remédio para parar de fumar, pode causar depressão e tendências suicidas. O medicamento é autorizado em quase 90 países, incluindo o Brasil, e é usado por cerca de 7 milhões de pessoas nos Estados Unidos. Um juiz do Estado de Alabama analisa o grande número de ações apresentadas por familiares ou antigos usuários do Champix. O promotor Ernest Cory acusa a Pfizer de negligência por ter introduzido o medicamento no mercado, em 2006. Cory compila queixas de usuários sobre "problemas neuropsicológicos", incluindo "suicídios, tentativas de suicídio, crises convulsivas e desmaios". Ele afirma que mais de cem usuários do Champix cometeram suicídio e estima que a Pfizer enfrente mais de mil ações na Justiça. "Em 60% dos casos, os processos tratam de suicídio ou de tentativa", disse. Segundo Victoria Davis, porta-voz da Pfizer nos Estados Unidos, não existem evidências científicas de que o Champix tenha provocado os efeitos neurológicos descritos nas ações. "O Champix é um tratamento eficiente para muitos que querem parar de fumar e vamos defender esse medicamento importante", disse. Se for provado que o Champix é perigoso, o remédio pode ser retirado do mercado americano, onde as vendas caíram desde que sua relação com depressão e tendências suicidas começou a ser levantada, em 2010. NO BRASIL A medicação está disponível no país desde maio de 2007. Segundo o laboratório, cerca de 100 mil pessoas já foram tratadas com o Champix no Brasil. Aqui, o custo do tratamento completo com o remédio, com duração de três meses, é de R$ 1.000. Os psiquiatras ouvidos pela Folha afirmaram que nunca ouviram relatos de tendências suicidas ou de piora da depressão entre os pacientes que foram tratados com o Champix. Segundo Arthur Guerra, do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria da USP, a medicação é eficaz e não tem efeitos colaterais. "Não vejo essa tendência de aumento nos casos de suicídio na prática", diz. "O remédio é bom e seguro." Texto Anterior: Em 2010: Brasil teve 5.930 casos de Melanoma Próximo Texto: Peixe terapêutico Índice | Comunicar Erros |
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