São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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Luz aplicada durante o exercício reduz celulite

Resultado vem de pesquisa da USP, com aparelho de radiação infravermelha

Estudo em mulheres pós-menopausa mostrou que os raios melhoram a circulação na região dos glúteos

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Um aparelho desenvolvido por pesquisadores da USP e da Universidade Federal de São Carlos usa radiação infravermelha para turbinar os benefícios dos exercícios físicos à saúde. E com um efeito que deve interessar às mulheres: menos celulite. A invenção consiste de duas placas contendo vários arranjos de LED (pequenas luzes). Elas são instaladas em uma esteira comum de academia, uma de cada lado, mais ou menos à altura dos glúteos.
Embora não seja perceptível a olho nu, essa radiação é absorvida pela pele e inicia uma série de reações químicas no organismo. A radiação infravermelha acelera o transporte de elétrons na mitocôndria (uma estrutura que fica dentro das células) e a síntese de ATP, molécula que é uma espécie de combustível que dá energia ao organismo.
O uso de ATP, no entanto, gera um subproduto indesejado: os ácidos lácticos, que dão sensação de dor. O infravermelho diminui o acúmulo dessa substância e, por isso, tem uma ação anti-inflamatória e analgésica no organismo. "A pessoa consegue se exercitar com mais qualidade", diz Fernanda Rossi Paolillo, doutora em bioquímica e uma das criadoras da técnica. O infravermelho ajuda ainda na regeneração de tecidos, como pele, músculos, ossos e nervos.
"Esse uso já é conhecido. Mas, em geral, o infravermelho é sempre usado em repouso. Como em clínicas de estética, por exemplo. Nosso diferencial foi aplicá-lo durante o exercício. O infravermelho associado ao movimento teve muito mais efeito", completa Paolillo.

RESULTADOS
O estudo, feito durante um ano com voluntárias pós-menopausa, indicou que as mulheres que se exercitaram com o aparelho tiveram melhora significativa.
As mulheres faziam duas sessões de exercícios por semana, cada uma com 45 minutos de duração. Além de terem menor perda de massa óssea -um dos efeitos da menopausa-, elas também tiveram redução do colesterol ruim até 20% maior do que as mulheres no grupo-controle.
O exercício "turbinado" com o infravermelho também acelerou o fluxo de oxigênio e de sangue, melhorando um problema que é mais estético do que de saúde: a celulite.
O infravermelho combinado ao exercício diminui a retenção de líquido e melhora a circulação na região das pernas e do bumbum, ajudando, e muito, a reduzir os furinhos. Os melhores resultados foram nos casos de celulite mais visível. Para Roberto Mattos, coordenador do departamento de laser da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a técnica, apesar de correta na teoria, ainda precisa ser comprovada por estudos maiores.
"Diferentes aparelhos que emitem luz têm boa influência sobre a celulite. O exercício por si só ajuda. Então, em conjunto, há boas chances de que a dupla funcione bem."


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