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PLANTÃO MÉDICO
A fuga para a casa de repouso
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
Na mesma proporção em
que aumenta a população
idosa no mundo e no Brasil,
aumentam também as casas
de repouso e o residencial
para idosos, além dos asilos
para os desamparados.
São locais de custo variável para seus hóspedes, geralmente pagos por familiares ou, eventualmente, com
o numerário que recebem de
suas aposentadorias.
Estudos dos últimos 20
anos mostram que viúvos
idosos que vivem sós após a
morte da mulher ou do companheiro mudam para esses
locais, adaptados ou construídos para hospedar sexagenários ou pessoas mais velhas, mesmo que não apresentem problemas de saúde.
Trabalho recente das professoras Elina Nihitilä e Pekka Martikainen, da Universidade de Helsinki, Finlândia,
mostra que a preferência dos
viúvos por esses locais é particularmente elevada imediatamente após a morte de
seu companheiro, sejam homens ou mulheres. Isto porque a perda está associada a
fragilização emocional, com
ocorrência de depressão ou
crises de ansiedade.
Os enlutados recentes
apresentam risco maior de
morte nas primeiras semanas ou meses do que entre
homens e mulheres da mesma faixa etária casados. Conclusão: a presença do marido
ou da mulher, para os idosos,
mostra a importância social
do companheiro e reduz a
necessidade de se acomodarem nesses pensionatos.
julio@uol.com.br
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