São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

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PLANTÃO MÉDICO

A fuga para a casa de repouso

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

Na mesma proporção em que aumenta a população idosa no mundo e no Brasil, aumentam também as casas de repouso e o residencial para idosos, além dos asilos para os desamparados.
São locais de custo variável para seus hóspedes, geralmente pagos por familiares ou, eventualmente, com o numerário que recebem de suas aposentadorias.
Estudos dos últimos 20 anos mostram que viúvos idosos que vivem sós após a morte da mulher ou do companheiro mudam para esses locais, adaptados ou construídos para hospedar sexagenários ou pessoas mais velhas, mesmo que não apresentem problemas de saúde.
Trabalho recente das professoras Elina Nihitilä e Pekka Martikainen, da Universidade de Helsinki, Finlândia, mostra que a preferência dos viúvos por esses locais é particularmente elevada imediatamente após a morte de seu companheiro, sejam homens ou mulheres. Isto porque a perda está associada a fragilização emocional, com ocorrência de depressão ou crises de ansiedade.
Os enlutados recentes apresentam risco maior de morte nas primeiras semanas ou meses do que entre homens e mulheres da mesma faixa etária casados. Conclusão: a presença do marido ou da mulher, para os idosos, mostra a importância social do companheiro e reduz a necessidade de se acomodarem nesses pensionatos.

julio@uol.com.br



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