São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

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Estudo mostra bom efeito de transplante de rim com câncer

Procedimento já foi realizado no Brasil; nenhum paciente teve um novo tumor

GABRIELA CUPANI
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Médicos da Escola de Medicina da Universidade de Maryland (EUA) relataram na edição deste mês do "British Journal of Urology International" resultados positivos de transplantes de rins com câncer em cinco pacientes.
Os tumores, que tinham menos de 2,3 cm, foram encontrados acidentalmente durante a avaliação dos doadores vivos. Antes de realizarem os transplantes, os cirurgiões discutiram o caso com pacientes e doadores, para que ambos estivessem conscientes dos riscos, que inclui a recidiva do câncer.
No entanto, após uma média de 15 meses de acompanhamento, quatro receptores não desenvolveram nenhum tipo de tumor. O quinto paciente morreu de complicações não associadas ao câncer.
No Brasil, ao menos dois pacientes já passaram por procedimentos parecidos há três anos, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, e passam bem.
Segundo o urologista Carlos Corradi, chefe da uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia, os rins eram de cadáver e os tumores foram descobertos durante a cirurgia.
"Em geral, o câncer renal é encapsulado, e as células cancerosas estão confinadas na região, trazendo poucos riscos de recorrência da doença", afirma.
Para José Osmar Medina, superintendente do Hospital do Rim e Hipertensão (SP), não há motivos para transplantar um rim com câncer. "Só numa situação muito crítica um paciente pode receber um órgão que não seja ótimo. No caso do rim, é difícil não poder esperá-lo fazendo diálise. Esse transplante não salva vidas, mas melhora a qualidade de vida."


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