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Aparelho intraoral pode ser novo aliado contra o ronco
Dos onze pacientes avaliados por brasileira, oito se livraram do problema
MARIANA VERSOLATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um aparelho intraoral que
facilita a passagem do ar e deve
ser usado durante o sono é mais
uma esperança no combate ao
ronco. Patenteado com o nome
de "No Snore", ele foi desenvolvido há oito anos por Cynthia
Gomes Ribeiro, professora de
odontologia da Universidade
Federal de Alagoas.
Neste ano, ela avaliou o uso
do aparelho por 11 pacientes
com síndrome da apneia obstrutiva do sono para sua tese de
doutorado, defendida na Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Unicamp.
Esse distúrbio, que atinge
cerca de 5% da população,
abrange sintomas como ronco,
paradas respiratórias durante o
sono, sonolência diurna excessiva, diminuição da concentração e do aprendizado, entre outros. Segundo a ortodontista,
trata-se de uma doença progressiva que pode levar ainda a
arritmias cardíacas, infarto e
favorecer a instalação da hipertensão e do diabetes.
Menos sintomas
Dos 11 participantes, dez tinham episódios excessivos de
sono durante o dia e utilizaram
o aparelho intraoral por três
meses consecutivos. Em oito,
os sintomas desapareceram,
enquanto dois tiveram redução
da sonolência diurna. A comprovação ocorreu por meio de
testes de vigília com eletrodos.
Segundo a pesquisadora, o
aparelho promove o avanço da
mandíbula de forma progressiva e permite uma pequena
abertura da boca. "Ele também
é confortável, o que aumenta a
adesão ao tratamento, e não sai
da boca durante o sono", diz.
A apneia obstrutiva do sono
pode ser tratada com cirurgia
(para aumentar o espaço da faringe e melhorar a passagem de
ar ou para promover o avanço
da mandíbula), com uso de
máscara nasal e com aparelhos
intraorais, como o "No Snore".
Os pacientes interessados
em tratar o ronco ou a apneia
obstrutiva do sono deverão
passar por um ortodontista e
realizar uma série de exames,
de acordo com Ribeiro. Se comprovada a indicação de uso do
"No Snore", um profissional
qualificado poderá fabricar o
aparelho, disponível nos consultórios de especialistas com
treinamento para tratar esse tipo de distúrbio, e adaptá-lo à
cavidade oral do paciente.
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