São Paulo, quarta-feira, 16 de setembro de 2009

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Brasil deverá acompanhar bebês com malformação

Relatório aponta três casos suspeitos ligados à talidomida

FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Saúde deverá reforçar, a partir de 2010, o controle sobre o nascimento de bebês com malformações congênitas. Relatório realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a pedido do ministério, apontou que o país registrou ao menos três casos suspeitos de nascimentos de bebês com malformações provocadas pelo uso da talidomida -dois no Nordeste e um no Rio.
A pesquisa, concluída em novembro de 2008, usou dados de 33 hospitais de 14 Estados - o que representa cerca de 3% do total de nascimentos do país.
Segundo a médica geneticista Lavínia Schüler-Faccini, professora da UFRGS e autora do relatório, não é possível confirmar que os nascimentos tenham sido provocados pelo uso da talidomida, pois as mães não se recordam de terem usado o medicamento na gestação.
"Mas todas as outras possibilidades genéticas para o problema foram descartadas. E as malformações são compatíveis com o uso da talidomida", diz.
Shüller-Faccini afirma que o relatório é um projeto piloto e que a ideia é intensificar a vigilância dos nascimentos a partir de janeiro, em pelo menos um hospital de cada capital -em especial nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde a hanseníase é mais prevalente (a talidomida é usada no tratamento da doença).
"Vamos nos reunir com o Ministério da Saúde e treinar as equipes nas próximas semanas. Não podemos aceitar mais nenhum nascimento de criança com malformação por causa da talidomida. É um problema que tem como ser evitado", afirma.


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