São Paulo, domingo, 17 de janeiro de 2010

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Plantão Médico

O sobrevivente do terremoto

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

A tragédia no Haiti, resultante do terremoto, não se limita apenas aos mortos. Deixa sequelas físicas e mentais nos sobreviventes.
Os traumas físicos recebem atenção médica imediata após o resgate, mas, em quem não sofreu esse tipo de traumatismo, com frequência é observado o transtorno do estresse pós-traumático.
O psiquiatra Roy H. Lubit, da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, divide em fases a resposta emocional do sobrevivente de um grave desastre.
Inicialmente, é a fase de impacto: nos primeiros dias, os sobreviventes apresentam-se em estado de choque, permanecendo ainda confusos e assustados.
Segue a fase de crise, em que o impacto inicial do desastre foi absorvido e eles podem ficar com raiva dos socorristas que eventualmente estão incapazes de atendê-los organizadamente em meio ao caos.
Um ano após o desastre começa a fase de resolução e frequentemente de tristeza, culpa e depressão.
Finalmente, vem a fase de reconstrução, com uma reavaliação e integração do ocorrido dentro de um conceito do sobrevivente.
Mas não são apenas as pessoas que escaparam da morte que podem ser afetadas pelo transtorno.
Os socorristas voluntários também podem desenvolver os mesmos sintomas. Às vezes até na proporção de um em cada três em situações extremamente graves e estressantes de resgate de feridos, assegura Lubit.

julio@uol.com.br

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