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COQUETEL ANTI-AIDS
Farmanguinhos entrega 1º lote de Efavirenz nacional
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
A entrega das primeiras
unidades do Efavirenz -remédio do coquetel contra a
Aids- de produção brasileira serviu como palanque para o diretor da Farmanguinhos, Eduardo Costa, defender mudanças na gestão da
unidade da Fiocruz.
Costa listou dificuldades
na produção do medicamento e pediu que a Farmanguinhos deixe "de ser suporte ao
programa de atenção básica
para desenvolver e produzir
medicamentos de alto valor". O ministro José Gomes
Temporão (Saúde) criou um
grupo de trabalho para estudar a flexibilização da gestão
da unidade.
O Efavirenz, um dos 17
medicamentos do coquetel
anti-Aids, foi produzido pela
Farmanguinhos com o laboratório Lafepe e consórcio
privado após polêmico licenciamento compulsório. Criado pelo laboratório Merck,
foi declarado objeto de interesse público pelo governo
federal em 2007.
Neste ano, serão produzidos 15 milhões de comprimidos, metade da demanda nacional (completada com produto da Índia, usado desde
2007) -todo o consumo deve ser atendido em 2010.
A produção brasileira será
32,6% mais cara do que a indiana (R$ 1,35 o preço do
comprimido contra R$ 1,04),
mas Temporão diz que, com
a iniciativa, o Brasil "reduz a
dependência de tecnologia
de fora e passa a desenvolver
a sua própria".
Demanda federal
A Farmanguinhos só pode
produzir sob demanda do
ministério e vender o raro
excedente dessa produção.
Costa afirma que, com uma
produção em larga escala, os
remédios ficariam mais baratos e poderiam ser enviados para a África e vendidos a
baixo custo para países do
Mercosul, além de outros Estados e municípios.
A unidade é vinculada à
Fiocruz -fundação ligada ao
Ministério da Saúde-, que
tem verba definida pelo orçamento e depende da liberação por parte do governo
federal. Ele está estimado
neste ano em R$ 1,5 bilhão,
dos quais R$ 250 milhões para a Farmanguinhos.
O governo pretende produzir outros dois medicamentos do coquetel anti-Aids: o tenofovir e o atazanavir -este último patenteado.
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