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Estudo diz que trauma cerebral pode imitar doença de Lou Gehrig
Jogador de beisebol pode ter morrido em razão de lesões no esporte
ALAN SCHWARZ
DO "NEW YORK TIMES"
Um artigo publicado hoje
no "Journal of Neuropathology & Experimental Neurology" sugere que a morte de
atletas como o jogador de
beisebol Lou Gehrig (1903-1941) e de soldados que receberam o diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica
(ELA) -conhecida como
doença de Lou Gehrig- pode
ter sido causada por lesões
que só agora vêm sendo entendidas: concussões e outros traumatismos cerebrais.
Embora o artigo não trate
especificamente do jogador,
seus autores reconheceram a
implicação clara: que Lou
Gehrig talvez não tenha tido
a doença de Lou Gehrig.
Médicos no Centro Médico
para Assuntos de Veteranos,
em Bedford, Massachusetts,
e na Escola de Medicina da
Universidade de Boston disseram que as marcações nas
medulas espinhais de dois
jogadores e um boxeador que
também receberam o diagnóstico de ELA indicam que
eles não sofriam da doença.
Tinham outra doença,
causada por trauma semelhante a uma concussão cerebral, que erode o sistema
nervoso central .
A descoberta pode redirecionar o estudo da degeneração motora entre atletas e veteranos que vêm recebendo
diagnósticos de ELA.
Pacientes com histórico de
traumatismos podem ser
avaliados para tratamentos
diferentes no futuro, levando
a novos caminhos de cura.
"A maioria dos pacientes
de ELA não vai a autópsia",
disse Briam Crum, professor
de neurologia na Clínica Mayo. "Mas uma doença pode
ter aparência de ELA ou de
Alzheimer e, quando você
examina o tecido, não ser."
A relevância das descobertas para Lou Gehrig não é tão
clara. Mas o jogador dos Yankees tinha um histórico de
concussões cerebrais sofridas nos campos de beisebol e
quando era jogador de futebol americano no colégio.
"Lou Gehrig é o rosto de
sua doença, mas pode ter tido uma doença diferente, resultante de sua experiência
como atleta", disse Ann
McKee, diretora do laboratório de neuropatologia dos
Centros Médicos da Administração de Veteranos na Nova
Inglaterra e chefe do estudo.
A descoberta reforça uma
conexão da qual já se suspeitava entre doenças motoras
semelhantes à ELA e traumatismos cranianos sofridos em
combates e esportes.
Segundo a Associação
ELA, 30 mil pessoas nos EUA
sofrem da doença incurável,
que afeta mais os homens na
faixa dos 40 a 70 e resulta na
atrofia acelerada do controle
muscular voluntário.
Lou Gehrig teria sido sua
primeira vítima famosa. Morreu dois anos após o diagnóstico. Outras, como o físico
britânico Stephen Hawking,
68, podem viver por décadas
com cérebros intactos em
corpos que definharam.
Tradução de CLARA ALLAIN
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