São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008 |
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Novos exames dispensam sedação
Procedimentos que antes exigiam endoscopia e colonoscopia já podem ser feitos de forma menos invasiva
CLÁUDIA COLLUCCI DA REPORTAGEM LOCAL Análise de pintas sem necessidade de retirá-las, teste de respiração que substitui a endoscopia e colonoscopia não-invasiva. As novas tecnologias em exames diagnósticos tornaram os procedimentos menos invasivos e alguns deles já podem ser realizados sem a necessidade de sedação. Um desses novos exames faz o mapeamento fotográfico de pintas espalhadas pelo corpo, com o uso de software especial acoplado a uma câmera fotográfica, e consegue detectar as lesões com suspeitas de câncer, evitando a retirada desnecessária de sinais benignos. "A gente consegue descobrir lesões na pele muito precocemente, o que é fundamental nos casos de câncer de pele, especialmente em se tratando do melanoma", diz o dermatologista Luiz Guilherme Castro. O câncer de pele é o tipo mais incidente no país. Sua letalidade é baixa, mas pode levar a ulcerações e deformidades físicas. As informações sobre as pintas ficam armazenadas no computador, permitindo que o médico faça um acompanhamento da sua evolução. Segundo Marcus Maia, um dos coordenadores da campanha de prevenção do câncer de pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o exame é recomendado a pessoas que tenham um grande número de pintas pelo corpo, histórico familiar de melanoma (um tipo agressivo de câncer de pele) e pele muito clara. Um outro exame, disponível em laboratórios particulares e agora também no Hospital das Clínicas de São Paulo, substitui a endoscopia no diagnóstico e no controle da Helicobacter pylori (H. pylori), a bactéria causadora de gastrite e úlceras de estômago e do duodeno. O teste passa pela ingestão de 75 mg de uréia marcada com carbono 13 misturada com suco de laranja ou de maçã (veja quadro nesta página). O produto não tem gosto, segundo a médica do HC Rejane Mattar. Mattar afirma que o exame é mais rápido, mais barato e dispensa anestésico. Pode ser feito em crianças, gestantes e mulheres que amamentam. A desvantagem, explica a médica, é o fato de o exame não conseguir "enxergar" o estômago por dentro, situação que não lhe permite diagnosticar uma úlcera, por exemplo. Até pouco tempo atrás restrita a hospitais, a colonoscopia virtual (ou por tomografia computadorizada) chegou aos laboratórios de diagnóstico de imagem. Usada especialmente no rastreamento do câncer de cólon e do reto- terceiro tumor mais prevalente no Sudeste-, ela usa imagens obtidas por tomografia computadorizada para rastrear os pólipos, lesões que antecedem o câncer. Uma das vantagens do exame é o fato de se mostrar igualmente eficaz na detecção dessas lesões, em relação à colonoscopia endoscópica, e, ao mesmo tempo, não ser invasivo e dispensar sedação, avalia o médico Nelson Carvalhaes, responsável pelo check-up do Fleury Medicina e Saúde. Segundo o cirurgião-oncologista Benedito Rossi, do Hospital A.C. Camargo, a colonoscopia virtual é interessante, mas pode falhar em lesões menores que 1 cm. "Além disso, não trata as lesões, não faz biópsias." Próximo Texto: Infância: Amamentação protege bebê contra a asma Índice |
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