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Novos lasers são mais precisos para remover tatuagem
Luz dos aparelhos pode ser calibrada de acordo com a cor da tinta aplicada na pele para destruir o pigmento
Mas o processo ainda não é perfeito; tintas claras e desenhos grandes trazem risco maior de cicatriz
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE
O uso de raios laser especialmente calibrados aumentou muito as chances de remover com sucesso uma tatuagem, mas o processo está longe de ser perfeito.
Ainda é difícil lidar com desenhos de cores claras, e as tatuagens grandes (maiores que a palma de uma mão) são quase impossíveis de apagar -no máximo, o laser transforma o desenho em borrão.
"É algo a ser muito discutido com o médico antes do procedimento", diz o dermatologista Roberto Mattos, coordenador do Departamento de Laser da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
O risco de surgimento de cicatrizes ou de descoloração permanente da pele tratada existe, embora seja pequeno: acontece em 1% dos casos, estima Alexandre Filippo, também membro da SBD.
"Isso acontece se houver um erro técnico importante. O laser é bom e bastante seguro", afirma Mattos.
LÁ NO FUNDO
As mesmas características químicas que levaram à escolha de certas tintas para uso em tatuagens também dificultam a remoção dos desenhos mais tarde.
O aparelho usado por tatuadores deposita as tintas na derme média, camada que abriga os folículos dos pelos e as glândulas, por exemplo.
O pigmento inserido pelo tatuador é depositado a profundidades de 1 mm a 3 mm. Ele é formado por moléculas grandalhonas, que não conseguem ser "devoradas" pelas células de defesa da pele.
Por isso, o laser usado para atacar a tatuagem, do tipo conhecido como "Q-switch", tem como missão fragmentar os pigmentos em pedaços moleculares menores.
Ele faz isso emitindo pulsos muito rápidos, com duração de nanossegundos (bilionésimos de segundo).
A ação do laser é calibrada para que ele emita luz com comprimento de onda (ou seja, cor) cuja absorção seja otimizada para o pigmento que se deseja fragmentar.
Cada tom de pigmento absorve um comprimento de onda específico, o que exigiria alterar a emissão do laser dependendo da cor.
Para Filippo, as diferentes "cores" que podem ser obtidas com o laser (a luz vermelha é mais absorvida por pigmentos verdes e escuros, por exemplo) são uma boa ferramenta para atacar a tinta de forma seletiva.
Já Mattos afirma que o processo não é tão preciso. "Mas tons escuros absorvem mais e, por isso, são mais fáceis de remover da pele", diz.
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