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PLANTÃO MÉDICO
JULIO ABRAMCZYK - julio@uol.com.br
Os problemas da tatuagem
ANTIGAMENTE, os presos
preenchiam o tempo ocioso
gravando em suas peles, ou
na de seus companheiros, desenhos ou palavras.
Por isso, ao longo dos anos,
algumas pessoas vêm sofrendo limitações sociais por terem uma tatuagem visível.
Nos últimos anos, há a impressão de que jovens livres
de preconceitos aderiram à
tatuagem, sem restrições. Entretanto, não é bem assim.
Michelle Larissa Zime Lise,
da PUC-RS, analisa nos
"Anais Brasileiros de Dermatologia" o perfil e o discurso
de portadores de tatuagem.
O objetivo é entender motivações e percepções dos tatuados, apesar do restrito número de entrevistados (31 mulheres e 11 homens).
A opinião dos outros sobre
a tatuagem, para a maioria
deles, não é importante.
Apesar de quase todos negarem sensação de discriminação, pouco menos da metade já escondeu a tatuagem.
Os autores observam existir
uma diferença entre discurso
e atos do tatuado, em relação
ao contexto social.
A pesquisa destaca ainda
riscos à saúde, tanto na aplicação da tatuagem (16%, hepatite B; 12% hepatite C;
0,5%, HIV), quanto na sua remoção, que deixa uma "desagradável e indelével cicatriz".
Eles lembram a necessidade de uma lei federal que normatize a formação dos tatuadores e a procedência das tintas, já que algumas podem ter
substâncias cancerígenas.
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