São Paulo, domingo, 24 de janeiro de 2010

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PLANTÃO MÉDICO

Alimentos inadequados

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

Vem aumentando o número de jovens, adultos separados ou viúvos e idosos que moram sozinhos. Por estarem desacompanhados, a tradicional e sadia comida caseira brasileira, elaborada diariamente, vem sendo aos poucos substituída pela facilidade dos alimentos industrializados pré-preparados. Os professores Carlos Augusto Monteiro, titular de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, e Inês Rugani Ribeiro de Castro, do Instituto de Nutrição da UERJ, assinalam em artigo publicado na revista "Ciência e Cultura" ser imprescindível a regulamentação da publicidade de alimentos, a exemplo do que já ocorre com bebida e tabaco.
Explicam que tem sido observado um crescimento no consumo de alimentos prontos ou quase prontos no Brasil. São alimentos de baixo valor nutricional, contendo óleos, gorduras, farinhas, amido, açúcar e sal, acrescidos de aditivos alimentares como conservantes (para o alimento durar mais tempo), estabilizantes (para manter a aparência do produto), flavorizante (que realça cheiro e sabor do alimento) e corantes, que têm por função tornar o alimento o mais parecido possível com o produto recém-preparado.
Esses alimentos tendem a apresentar excesso de gordura, açúcar e sal, como foi comprovado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) na composição de 30 alimentos industrializados, entre eles bolinhos e salgadinhos, amplamente consumidos pela população e particularmente por crianças e adolescentes.
Uma opção saudável de alimentação, segundo os nutricionistas, depende de políticas fiscais e de abastecimento que aumentem o acesso da população a alimentos frescos e de leis que diminuam a exposição das pessoas ao marketing de alimentos industrializados prontos para o consumo.

julio@uol.com.br

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