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Governo acha agrotóxicos proibidos em frutas e legumes
Pimentão, uva e pepino são os alimentos com mais problemas, segundo a análise feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA
Frutas e legumes consumidos pelos brasileiros estão
contaminados por agrotóxicos usados de forma irregular, informou ontem a Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Relatório produzido pela
agência afirma que os problemas atingiram 29% das
amostras analisadas.
O índice é muito superior
ao verificado em outros países. Segundo o gerente de toxicologia da Anvisa, Luiz
Cláudio Meirelles, análises
feitas nos EUA encontraram
problemas em até 10% das
amostras coletadas.
Aqui, foram examinados
20 tipos de frutas e legumes.
A principal irregularidade
foi o uso de agrotóxicos em
alimentos para os quais eles
não são permitidos. Nesses
casos, não é possível garantir
a segurança dos produtos, de
acordo com a agência.
Em 2,8% das amostras, havia agrotóxicos proibidos no
Brasil, caso ainda mais grave. Entre eles, estão substâncias com potencial de causar
problemas como câncer e
malformações fetais.
Outro problema foi o uso
de agrotóxicos em quantidade acima da permitida, situação de 5,2% das amostras.
Para evitar resíduos de
pesticidas, a Anvisa recomenda dar preferência a alimentos com origem identificada, o que demonstraria um
maior comprometimento do
produtor com qualidade, e a
frutas e legumes da época.
OUTRO LADO
O diretor-executivo da Andef (Associação Nacional de
Defesa Vegetal), Eduardo Daher, afirmou que o alto índice
de agrotóxicos encontrados
em culturas para os quais
eles não são permitidos se
deve ao fato de que antes esses produtos eram liberados.
Ele também reclamou do
fato de o governo divulgar os
dados negativos, mas não
orientar os produtores agrícolas sobre a maneira certa
de usar os agrotóxicos.
Para Daher, o número de
amostras analisadas (3.130) é
"ínfimo". A Anvisa diz que
usa a mesma metodologia de
países como os EUA.
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