|
Próximo Texto | Índice
Dieta pobre em cálcio causa perda óssea em jovens
Baixo consumo de derivados de leite, por hábito, intolerância ou regime, leva à osteoporose precoce
Consumo insuficiente de alimentos essenciais é cada vez mais comum entre brasileiros, diz endocrinologista
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE
A osteopenia, baixa densidade óssea que precede a osteoporose, é mais comum em
mulheres após a menopausa
ou em homens com mais de
70 anos, mas tem atingido
pessoas mais jovens.
Por exemplo a atriz americana Gwyneth Paltrow, 37,
("Shakespeare Apaixonado"), que descobriu estar sofrendo de osteopenia.
Segundo a endocrinologista Marise Lazaretti Castro,
o consumo insuficiente de
derivados de leite e outros
alimentos ricos em cálcio
vem se tornando cada vez
mais frequente entre adolescentes e jovens adultos.
"Já atendi pacientes na faixa dos 30 com fratura de vértebra por causa disso", diz a
presidente em São Paulo da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
"O adolescente está parando de tomar leite e derivados
e é nessa fase em que o consumo desses alimentos pode
aumentar a massa óssea."
DIETAS DA MODA
No caso da atriz americana, dietas da moda podem
ter sido as culpadas pela falta
de cálcio que a levou a desenvolver a osteopenia, descoberta após fratura na perna.
De acordo com o jornal inglês "Daily Mail", Paltrow se
submeteu a um regime radical antes das filmagens de
"Homem de Ferro 2", que excluía derivados de leite e era
pobre em carboidratos.
"Tem até nutricionistas
que dizem que adulto não foi
feito para tomar leite e o removem da dieta", afirma
Castro. A retirada desses alimentos por causa de alergias
ou intolerâncias também pode piorar o quadro, se não for
feita uma reposição de nutrientes por suplementos.
O consumo ideal de cálcio
para um adulto é de 800 mg
por dia, o equivalente a cerca
de três copos de leite. No Brasil, a média de consumo fica
abaixo disso, em 500 mg.
De acordo com a endocrinologista, é mais fácil garantir a quantidade ideal de consumo bebendo leite, porque
os outros alimentos ricos em
cálcio, como couve, feijão
branco e tofu, são menos
consumidos ainda.
O aumento do sal na dieta,
observado nos últimos anos
por causa dos alimentos industrializados, também
agrava esse quadro, porque o
sódio em excesso eliminado
na urina leva junto o cálcio.
O mesmo acontece se a
pessoa come muita carne: as
proteínas levam à eliminação do cálcio pela urina.
A falta de vitamina D, causada pela pouca exposição
ao sol, é mais uma causa da
falta de cálcio nos ossos.
Para detectar o problema,
é preciso fazer um exame de
densitometria, que só é de rotina para mulheres pós-menopausa e idosos.
"Quando a pessoa tem
uma fratura por conta disso,
é porque o comprometimento já é grave", diz a médica.
Próximo Texto: EUA ampliam indicações para parto normal Índice
|