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Clareador pode causar danos na polpa dentária
Estudo da Unesp mostra riscos do uso incorreto do produto
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um estudo da Faculdade de
Odontologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) avaliou produtos para clareamento e concluiu que eles podem
causar danos na polpa dentária
(parte viva do dente) e sobre os
tecidos que lhe dão sustentação
(gengiva e osso).
Feitos à base de peróxido de
hidrogênio (água oxigenada) e
peróxido de carbamida, esses
produtos são aplicados na superfície externa dos dentes, penetram na sua estrutura e desencadeiam uma reação química que leva à produção de substâncias clareadoras.
Segundo a dentista Ana Raquel Benetti, autora do estudo,
testes in vitro demonstraram
que alguns produtos clareadores chegam a atingir a câmara
pulpar -o local onde fica a polpa, popularmente conhecido
como canal. "Quando isso ocorre, há o risco de haver uma reação inflamatória e a substância
pode provocar até mesmo a
morte da polpa", afirma.
Benetti diz que a maior preocupação é com os tratamentos
caseiros, em que a pessoa utiliza uma moldeira que encaixa
nos dentes e na qual é colocado
o produto clareador. "Se o clareamento for feito sem critério,
pode causar maior sensibilidade após o tratamento ou danos
irreversíveis à polpa."
Recentemente, as farmácias
passaram a vender produtos
caseiros para clarear os dentes,
o que torna a situação ainda
mais preocupante. "Sem o
acompanhamento de um profissional, esse procedimento
pode causar danos, como o excesso de sensibilidade, manchas no esmalte dos dentes e
problemas na gengiva."
Em casos de dentes que passaram por tratamento endodôntico (tratamento de canal),
a substância clareadora é inserida dentro da câmara pulpar.
"Uma consequência perigosa
é o produto atingir os tecidos
que sustentam os dentes, como
o osso e o ligamento periodontal, que une o dente ao osso",
alerta Benetti. O grau de penetração na polpa depende do período de aplicação e dos níveis
de concentração da substância.
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