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Norovírus é um dos mais comuns em cruzeiros
Transmissão se dá por contato com objetos contaminados
FERNANDA BASSETTE
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
No auge da temporada de
cruzeiros no litoral brasileiro,
notícias sobre mortes e intoxicações a bordo de navios podem causar apreensão a turistas com viagem marcada. Segundo especialistas, no entanto, os casos não têm relação e
não há precauções a serem tomadas antes do embarque.
O norovírus, responsável pelo surto que atingiu mais de 350
turistas que viajavam no navio
MSC Sinfonia, no início de janeiro, é um dos principais causadores de infecções em cruzeiros internacionais. No Brasil,
essa foi a primeira notificação
de surto desse tipo de vírus em
navio de cruzeiro, segundo a
Secretaria de Vigilância em
Saúde, do Ministério da Saúde.
"É um surto clássico. A transmissão ocorre por meio de objetos, como maçanetas, corrimãos e bancos", afirma Gustavo Johanson, infectologista da
Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo). Segundo ele, por
ser um problema conhecido da
tripulação, há um cuidado com
a limpeza desses objetos. "Mas
a transmissão é muito fácil."
A diarreia aguda é o sintoma
mais comum e, na maioria dos
casos, cessa espontaneamente.
É preciso, no entanto, ingerir
bastante líquido para afastar o
risco de desidratação.
Alimentos crus manipulados
por mãos infectadas também
transmitem o vírus, mas, segundo Johanson, não é preciso
se abdicar de saladas e frutas
porque não se trata da principal
forma de contaminação.
Limpeza das mãos
A melhor maneira de evitar a
transmissão, por via fecal-oral,
é higienizar as mãos com frequência. "É preciso lavar muito
bem as mãos depois de ir ao banheiro e sempre que for manipular algum alimento", diz a infectologista Maria Cláudia
Stockler de Almeida, da Divisão
de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas de São Paulo. A médica sugere também o uso de álcool em
gel ou lencinhos umedecidos
em álcool.
Segundo ela, todo local que
reúne muita gente está sujeito
a surtos de infecções. As principais formas de transmissão são
pelo ar, pelo contato direto ou
indireto entre as pessoas e por
meio de água ou alimentos contaminados. "O que ocorreu no
navio do Nordeste não é uma
novidade. Poderia ter envolvido qualquer outro vírus ou bactéria. Esses surtos são frequentes", diz.
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