São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 2011

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Prática acha novo uso para remédio 'antigo'

DO EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

Um bom exemplo da dinâmica dos "off labels" é o uso de remédios para mal de Alzheimer em outros tipos de demência (declínio das funções mentais) em idosos. "Esse uso ainda não foi aprovado, nem pela Anvisa, nem pelo FDA", diz João Baptista Laurito Júnior, da Unicamp.
Esse caso ressalta outro ponto destacado para justificar o uso "fora da bula": quando não há outro remédio que comprovadamente possa beneficiar o doente.
Ao menos em tese, a substância prescrita "off label" já mostrou ser bem tolerada pelo organismo, o que diminui o risco de efeitos colaterais além dos que já são esperados para aquela droga. De resto, é preciso bom senso.
"O médico não vai receitar um medicamento nesse contexto para um paciente com saúde mais debilitada ou outros fatores de risco." Aprovar medicamentos já conhecidos para novos usos equivale a descobrir um "efeito colateral do bem" durante os testes de um remédio. Foi o que aconteceu com o Viagra nos anos 1990: originalmente projetado para tratar hipertensão e angina, o composto mostrou-se capaz de atuar sobre a ereção.
Também é comum o uso de "bibliotecas", com milhares de substâncias já conhecidas, em doenças para as quais ainda não há tratamento eficaz. Essas substâncias são testadas automaticamente, aos montes, em busca de alguma que mostre ação efetiva. (RJL)


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