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Número de homens com diabetes cresce 18% em seis anos

Dado é de pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde que entrevistou 54 mil adultos em 27 capitais do país

Levantamento mostra também que 20% dos maiores de 65 anos têm a doença; obesidade é fator de risco

JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

O percentual de homens adultos diagnosticados com diabetes cresceu nos últimos anos no país, indo de 4,4% em 2006 para 5,2% em 2011.

É o que indicam os dados do Vigitel 2011, inquérito telefônico anual que investiga hábitos de vida e fatores de risco entre maiores de 18 anos, apresentados ontem.

A tendência de alta se explica, segundo o Ministério da Saúde, pelo crescimento dos diagnósticos e dos fatores de risco da doença, como a obesidade e o envelhecimento da população.

Enquanto a curva é de crescimento para os homens, ela é de estabilidade para mulheres e para a população em geral, diz Deborah Malta, coordenadora de vigilância de doenças e agravos não transmissíveis do ministério.

Segundo a pasta, mesmo com a queda registrada entre 2010 e 2011 -de 6,3% para 5,6% na população geral-, o esperado é que o patamar de diabetes continue subindo.

O aumento vai ocorrer nos próximos anos no mundo todo, afirma o professor de endocrinologia da Unicamp Marcos Tambascia.

"A estimativa da OMS [Organização Mundial da Saúde] é um aumento de 40% nos próximos 15 anos."

No entanto, o crescimento que se verifica no mundo é tanto entre homens como entre mulheres, explica ele.

Apesar de fazer ressalvas à metodologia do Vigitel, em que as entrevistas são feitas por telefone, Tambascia afirma ser plausível a explicação do ministério para o crescimento verificado entre homens. Segundo a pasta, os homens estariam, nos últimos anos, mais presentes nos consultórios médicos.

O Vigitel ainda informa a maior presença do diabetes entre os mais velhos (21,6% dos adultos com 65 ou mais disseram ter o diagnóstico) e os menos escolarizados.

INTERNAÇÕES

O custo das internações pela doença na rede pública chegou a R$ 87,9 milhões. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já é possível notar a redução no número de internações em 2011, em relação ao ano anterior: de 148,4 mil para 145,8 mil, segundo dado preliminar.

Deborah Malta diz que é preciso avaliar os dados dos próximos anos para verificar se a tendência se mantém.

"Precisamos de mais tempo para avaliar, mas, ao mesmo tempo em que houve aumento do diagnóstico de homens, houve recuo nas internações. A gente esperaria até um aumento."

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