São Paulo, domingo, 03 de maio de 2009

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Semana do Leitor

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Gripe suína e Enem
"A sociedade brasileira está em pânico. Primeiro, pela "pandemia iminente da gripe suína". Segundo, pelo resultado do Enem divulgado na quarta-feira. A epidemia da gripe surgiu ontem. A epidemia da educação brasileira se arrasta há décadas. Qual é a mais grave? Os brasileiros deveríamos estar hoje não mascarados para proteger as vias respiratórias, mas encapuzados para esconder a nossa vergonha."
SEBASTIÃO CÉLIO PEREIRA (Estiva, MG)

 

"Entra Enem, sai Enem, e os resultados e análises sobre a educação ficam na mesmice de procurar os melhores e os piores e de apontar para a falta de recursos como a causa de todos os males. As exceções chamam a atenção mais do que a regra. E é aí que mora o perigo. No Brasil, as escolas de qualidade, especialmente as públicas, são exceção. Se estas funcionam como devem, e as demais não funcionam, só cabe uma conclusão: a regra está errada. O maior problema do ensino médio é a falta de alunos qualificados. E isso só será resolvido quando o país decidir implementar políticas que assegurem efetiva qualidade do ensino fundamental. Até lá, ficaremos na mesmice das propostas de criar mais "centros de excelência"."
JOÃO BATISTA ARAÚJO E OLIVEIRA, presidente do Instituto Alfa e Beto (Brasília,DF)

Seleção negativa
"A sucessão de escândalos no Congresso esconde uma perda para o país que vai além da sangria dos cofres públicos. Trata-se da "seleção negativa". Carreira fundada em privilégios pecuniários absolutamente incompatíveis coma importância dos cargos e como esforço para exercê-los-e com garantia de impunidade para práticas indecorosas ou ilícitas -, a política se tornou, no Brasil, pólo de atração de pessoas com falha de caráter, volta das puramente para a defesa de interesses pessoais, para o enriquecimento sem esforço, para a aplicação de golpes de toda ordem. Os desprendidos, os que se voltam por vocação para os interesses da coletividade, os verdadeiros homens públicos de que a nação precisa, estes se afastam da política com repugnância. E até por sobrevivência...por falta de ar respirável nos venais e sujos ambientes em que ela é exercida."
JOÃO PAULO VIANA MAGALHÃES (Brasília, DF)

 


"Caso você não saiba, a dotação orçamentária da Câmara federal é de R$ 3.322.688.369. Assustado? Pois é... Disso, R$ 2.610.595.851 vão para pessoal e encargos sociais, ou seja, salários e gratificações. É muito? Não se preocupe, ainda sobraram R$ 638.204.060 para outras despesas (não especificadas) e R$ 73.888.458 para investimentos. Investimentos? Também não sei quais.
Sabe quanto se economizará com passagens aéreas após as restrições? Cerca de R$ 14milhões. O que é extremamente significante, correto? Será que sou trouxa? Ignorante? Covarde? Não. Será que tenho vergonha de mim? Não, sou brasileiro."
CHARLI TORTOZA (São Carlos,SP)

"Os brasileiros deveriam poder opinar mais diretamente sobre como se gasta o dinheiro público. Por exemplo: um médico na rede pública ganha, em média, de R$ 1.500 a R$2.000; um policial deve receber por volta de R$1.000; um professor, dependendo do número de aulas, talvez R$ 900. Um deputado federal custa cerca de R$ 120.000! Será que poderíamos trocar um deputado por, digamos, uns cem médicos, ou quem sabe uns cem policiais, ou então uns 130 professores?"
MAX RUDOLF VONSYDOW(São Paulo, SP)

Epidemias
"Uma das melhores colunas sobre epidemia que li foi 'Porcos no espaço, gente lunática', de Vinicius Torres Freire (Dinheiro, quarta-feira). Sempre há comoção quando surge uma nova doença em outras paragens, mas esquecemos as tragédias que acontecem ao nos solado. Quantos morrem diariamente em nosso país de esquistossomose, de leishmaniose...? Mas essas são doenças que não viajam, que não estão em aeroportos. São doenças a que, afinal, nos acostumamos."
MAURO JOSÉ LAHM CARDOSO (Bandeirantes, PR)

Laranja
"Em nome dos produtores de laranja, agradeço a Folha e a repórter Fátima Fernandes pela coragem e determinação que tiveram em publicar a reportagem "Indústria paga o quantoquer ao produtor" (Dinheiro, domingo). Foi a primeira sobre o cartel dessa indústria em um jornal de grande circulação. O Brasil precisa demais jornalistas assim, que se preocupam com uma classe que está sendo cada vez mais massacrada pela indústria."
ANTONIO CARLOS FÁVERO (Bebedouro,SP)

Cinismo
"Que o presidente Lula concorda coma farra das passagens no Congresso até as paredes sabiam, mas que ele teria o cinismo de defender isso em público, eu não esperava. É muita desfaçatez!"
THEREZINHA DE JESUS LIMA E OLIVEIRA (São José dos Campos,SP)

Raça
"Sou filha, neta e bisneta de negros e nunca fui a favor de cotas para negros em universidades. Este país deve ao povo negro não apenas uma reles cota para o estudo universitário, mas, sim, um "tudo" como reparo à mão de obra escrava que o construiu. O reparo deveria ter sido feito há 122anos,quando assinaram a 'tal lei" que dizia abolir a escravidão. Não basta uma cota, mas o justo direito à terra, uma propriedade para cada família negra da época.
Mas "soltaram" essa gente sem que tivesse para onde ir. Foi assim que começou a favelização no Brasil. E assim é até hoje ,pois 99% das empregadas domésticas são negras, e muitas ainda se submetem ao trabalho semi escravo.
Essa maldita cota para negros alimenta ainda mais o racismo. Quando se vê uma pessoa negra na universidade, a gozação é rápida: "Você só está aqui por causada cota". Sou a favor da cota para pobres em geral, seja meles negros, brancos, índios ou mestiços."
HELIZABET BISPO(Belo Horizonte, MG)

Viajar ou estudar
"Fiquei surpresa com o novo empréstimo que a Caixa está oferecendo (Dinheiro, terça-feira). Agora podemos viajar sem burocracia. Basta ir a uma agência e fazer o tão sonhado "pacote" que a Caixa empresta (os juros são os mais baixos já cobrados). Lindo,não? Pois é....Eu já precisei fazer empréstimo na tal Caixa. Só que não era para viajar. O meu foi para estudar. Agora sou aterrorizada mensalmente desde janeiro de 2007 (e serei até dezembro de 2013) a cada atraso de meros 15 dias n prestação.
Meu fiador e eu somos bombardeados com cartas e ameaçados coma inclusão de nossos nomes no tão temido Serasa. Hoje, o tal empréstimo para lazer nem precisa de fiador. Basta levar comprovante de residência. Estudar para quê? Sem estudo, neste país chega-se ao Legislativo com todas as benesses. Com os R$ 20 mil que pedi e com R$ 12 mil já pagos, ainda devo R$ 20mil. Acho que já teria dado a volta ao mundo."
BRUNA CALDEIRAS TRIFEZZI(São Paulo, SP)






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