São Paulo, domingo, 13 de março de 2011

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CARTAS

Carnaval
Acabou o nosso Carnaval, o que nos deixa diante de novos dias. O Bloco dos Desabrigados manterá seus desfiles em busca do aluguel social, de R$ 400,00, que nunca vem. A escola de samba Unidos da Desfaçatez desfilará nos plenários do Rio de Janeiro, São Paulo e, claro, Brasília. Na tela da TV, em frente à Rede Globo, a gente faz papel de bobo. Feliz 2011.
GILBERTO MARTINS COSTA FILHO (Santos, SP)

 


Cenas da TV do Carnaval de Salvador mostraram milhares de malucos pulando, levados por uma batida de som que dizem ser música. Mesmo aqueles que pagam um absurdo para comprar uma roupa ridícula, cercados por uma corda para separá-los dos "sem grana", pulam ferozmente no meio de outros pirados fedendo suor de cerveja, cachaça, além do fedor da urina despejada em plena via pública. Dizem que isso é diversão.
Diversão como, se vejo um homem pulando como um macaco e de repente passa outro e dá-lhe uma porrada, fazendo-o sangrar? Mais de 500 arruaceiros foram detidos, mas desde já sabemos que o castigo, se houver, será mínimo, porque a tendência nossa é perdoar, afinal, é Carnaval. Outras capitais repetiram cenas de igual bagunça, que servem de motivo para nos vangloriarmos de fazer o maior Carnaval do mundo. Orgulho besta, pois até hoje não temos sequer um ganhador do Nobel.
LAÉRCIO ZANNINI (São Paulo, SP)

 


O Carnaval brasileiro, em especial em São Paulo e Rio, é um espetáculo televisivo. Cabe a uma TV a sua organização, transmissão e, logicamente, a venda de espaço publicitário. Não há propriamente disputa: vence quem exibe as melhores condições de marketing. É tudo uma questão de interesses empresariais e estratégicos.
ANDRÉ COUTINHO (Campinas, SP)

Universidades
O Brasil é o único país entre os emergentes sem uma universidade entre as 100 melhores do mundo. A USP, a melhor universidade brasileira, está abaixo da lista das 200 melhores. E 25% dos alunos aprovados na USP desistem na primeira chamada, preferindo universidades federais que oferecem bolsas. Se 25% desistem, sobram vagas. Em muitos cursos ali é comum ter até sexta chamada. Outra notícia ufanista: aumenta o número de alunos vindos das escolas públicas matriculados na USP. Conclusão do Estado: melhorou o nível da escola pública. Conclusão racional: a desistência de alunos mais qualificados permitem o ingresso de alunos da sexta chamada, por isso o aumento dos alunos das escolas públicas. Análise preconceituosa? Não, apenas de acordo com a realidade. A escola pública continua péssima.
JORGE JOSSI WAGNER (Ribeirão Preto, SP)


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