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Professora nota 10
A juíza Maria Leticia Pozzi
Buassi é uma professora nota 10.
Ela deu uma dura lição de cidadania a quem viola os direitos das
crianças nas escolas. Condenou
oito professoras a quatro anos de
cadeia por praticarem tortura contra crianças pequenas em uma
creche de São José do Rio Preto
("Professoras são condenadas por
tortura em creche no interior de
SP", Cotidiano, 6/10).
A juíza não deixa dúvidas na sua
sentença de que o caso não era de
maus-tratos, mas sim de tortura:
"as rés agiam de forma sádica,
egoísta e violenta ao agredir e humilhar as crianças (...) Algumas
crianças teriam sido jogadas contra
a parede e no chão, o que nelas gerou grande sofrimento físico e moral ante a humilhação perante os
colegas. (...) Urge consignar que a
tortura perpetuou-se pelo período
no qual trabalharam as rés na escola, o que caracteriza o crime continuado".
Essa corajosa juíza é a mesma
que já mandou para a cadeia dezenas de traficantes que também se
uniam em quadrilhas para praticar
crimes.
É uma pena que ainda existam
pessoas defendendo o uso de "varas", palmadas e pontapés contra
nossas crianças e adolescentes.
Passados 20 anos da promulgação do ECA, finalmente encontramos uma juíza com coragem para
dizer o que muitos já sabiam, mas
não diziam: existe tortura nas escolas públicas brasileiras.
Que a dura lição ensinada pela
juíza seja apreendida por todos nós,
principalmente por aqueles que
ainda se iludem com a figura da
"professora-santa", figura que estaria acima de qualquer suspeita.
As crianças e adolescentes do
Brasil têm uma dívida de gratidão
para com a juíza Maria Leticia Pozzi
Buassi, uma educadora nota 10.
MAURO ALVES DA SILVA , movimento Comunidade de
Olho na Escola Pública (São Paulo, SP)
Trânsito
Infelizmente, vejo que eu ainda
vivo num lugar onde as "autoridades", seja em que esfera de poder
for, têm o maior descaso com a
população.
É até nobre a preocupação dos
órgãos públicos com a "segurança" dos motoristas que ultrapassam os semáforos durante a madrugada ("Segurança no tráfego é
prioridade, diz CET", Cotidiano,
14/10). Mas é muito desumano obrigar o motorista a escolher entre pagar multas e ter vários pontos na
carteira ou ser assaltado, sequestrado e até morto.
Creio que nós, contribuintes, já
pagamos multas, taxas e impostos
suficientes para termos policiais
diuturnamente em todos os faróis e
em todos os cruzamentos onde se fizerem necessários.
Ou será que eu estou errado?
SERGIO TAKEO MIYABARA
(São Carlos, SP)
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