São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

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Professora nota 10

A juíza Maria Leticia Pozzi Buassi é uma professora nota 10.
Ela deu uma dura lição de cidadania a quem viola os direitos das crianças nas escolas. Condenou oito professoras a quatro anos de cadeia por praticarem tortura contra crianças pequenas em uma creche de São José do Rio Preto ("Professoras são condenadas por tortura em creche no interior de SP", Cotidiano, 6/10).
A juíza não deixa dúvidas na sua sentença de que o caso não era de maus-tratos, mas sim de tortura: "as rés agiam de forma sádica, egoísta e violenta ao agredir e humilhar as crianças (...) Algumas crianças teriam sido jogadas contra a parede e no chão, o que nelas gerou grande sofrimento físico e moral ante a humilhação perante os colegas. (...) Urge consignar que a tortura perpetuou-se pelo período no qual trabalharam as rés na escola, o que caracteriza o crime continuado".
Essa corajosa juíza é a mesma que já mandou para a cadeia dezenas de traficantes que também se uniam em quadrilhas para praticar crimes. É uma pena que ainda existam pessoas defendendo o uso de "varas", palmadas e pontapés contra nossas crianças e adolescentes.
Passados 20 anos da promulgação do ECA, finalmente encontramos uma juíza com coragem para dizer o que muitos já sabiam, mas não diziam: existe tortura nas escolas públicas brasileiras.
Que a dura lição ensinada pela juíza seja apreendida por todos nós, principalmente por aqueles que ainda se iludem com a figura da "professora-santa", figura que estaria acima de qualquer suspeita.
As crianças e adolescentes do Brasil têm uma dívida de gratidão para com a juíza Maria Leticia Pozzi Buassi, uma educadora nota 10.
MAURO ALVES DA SILVA , movimento Comunidade de Olho na Escola Pública (São Paulo, SP)

Trânsito
Infelizmente, vejo que eu ainda vivo num lugar onde as "autoridades", seja em que esfera de poder for, têm o maior descaso com a população.
É até nobre a preocupação dos órgãos públicos com a "segurança" dos motoristas que ultrapassam os semáforos durante a madrugada ("Segurança no tráfego é prioridade, diz CET", Cotidiano, 14/10). Mas é muito desumano obrigar o motorista a escolher entre pagar multas e ter vários pontos na carteira ou ser assaltado, sequestrado e até morto.
Creio que nós, contribuintes, já pagamos multas, taxas e impostos suficientes para termos policiais diuturnamente em todos os faróis e em todos os cruzamentos onde se fizerem necessários.
Ou será que eu estou errado?
SERGIO TAKEO MIYABARA (São Carlos, SP)


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