São Paulo, domingo, 18 de outubro de 2009

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Ricardo Stuckert/PR
O presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff pescam no rio São Francisco, em Buritizeiro (MG)

Florestas, terra, rios
"O Código Florestal, que por tantos anos foi desrespeitado, menosprezado e vilipendiado pelo setor rural, acaba de receber a sua sentença de morte.
Com o apoio do PT de Lula, a bancada ruralista será responsável pela revisão do código ("Ruralistas obtêm comando de debate sobre Código Florestal", Brasil, 15/10).
Não é de hoje que conhecemos o desprezo deste governo pelas questões ambientais, mas desta vez foram longe demais."
FERNANDA F. BANDEIRA DE MELLO (São Paulo, SP)

 

"A análise feita pelo senhor Zander Navarro em 14/10 ("O mundo rural brasileiro", "Tendências/Debates"), sobre a realidade rural neste país, é perfeita quando aponta para o desenvolvimento tecnológico dos meios de produção.
A manipulação dos dados do Censo Agropecuário pela esquerda, inclusive em recentes artigos na Folha, induz o leitor a creditar o sucesso da agricultura e da pecuária à reforma agrária, confundindo o pequeno agricultor, campeão da produtividade, com o assentado, campeão da incompetência."
JOAQUIM ANTONIO ARAÚJO (Patrocínio, MG)

 

"Fico indignado ao ver que não acabaram com esse teatro organizado por essa milícia chamada MST. O pior é ver o Judiciário, o governo e muitos outros coniventes com isso tudo. Também é hilariante ver a Abin dizer que monitora o movimento. E estranho o fato de que, mesmo o MST sendo "monitorado", ninguém consiga impedir as invasões. Até quando aceitaremos isso?"
JOSEPH ECHELON (São Paulo, SP)

 

"Em campanha no vale do São Francisco, Lula disse que "este país não será mais governado para a elite política das capitais, das grandes cidades, de Brasília" ("No palanque, Lula ataca político de duas caras", Brasil, 15/10).
Lula tem razão. Agora este país está sendo governado para a elite das estatais, dos fundos de pensão, dos bancos, das poucas e boas empresas escolhidas a dedo, das ONGs patrocinadas com dinheiro público."
WANDERLEI FONSECA (São Paulo, SP)

 

"A Folha mostrou que a "execução da transposição do São Francisco está em 15,3%" (Brasil, 15/10), mas Lula se sente à vontade para atacar os 500 anos em que os "coronéis governam e mandam neste país". Só que, nesse ritmo de execução e de desembolso orçamentário (2,68%), os próximos 500 anos serão pouco."
KATERINE MENDES (São Paulo, SP)

 

"Lula formou uma caravana -na qual, entre muitos, estavam Ciro, Dilma e Aécio- para "vistoriar" obras do PAC no vale do São Francisco -uma obra polêmica, aliás. Disse que o intuito era apenas fiscalizar, e não fazer política ou propaganda. Mas foi exatamente isso o que fizeram. Subiram em palanques, discursaram..., mas fiscalizar mesmo, nada.
Na realidade, essa fiscalização deveria ser feita por pessoas que têm gabarito para isso, como engenheiros e peritos, e nunca por uma caravana eminentemente política. Ademais, pouco menos de 4% da verba destinada a essa obra foi utilizada, destarte, há muito pouco a fiscalizar.
O PAC está mesmo empacado, e Lula não resiste a um palanque e a um passeio de avião. A gastança continua."
CARLOS EDUARDO DE BARROS RODRIGUES (São Paulo, SP)

 

"É de lascar o contribuinte ter de arcar com as despesas das viagens do presidente Lula.
Na visita às obras de transposição das águas do rio São Francisco, veio quase meio Exército Brasileiro, sem falar em Polícia Federal, Militar e Civil. A assessoria aparece 15 dias antes da chegada da comitiva presidencial. Gastos com combustíveis para aeronaves, veículos de passeio e caminhões espantam qualquer cristão. E não sei para que tanto militar.
O presidente, quando aparece nos rincões, é motivo de festa para os moradores, pois são esses que dão sustentação para tanto gasto. E eles querem ver de perto uma autoridade que só aparece de quatro em quatro anos, e olhe lá..."
PEDRO ARAÚJO (Afogados da Ingazeira, PE)

Doutor em paciência
"Sou instintivamente autodidata: leio com os ouvidos, escrevo com o estômago e apago frases incompreensíveis com o pâncreas. Não sou apostólico romano, mas sou brasileiro, natural grapiúna e sabedor de nada. O nosso planeta está se transformando em berço da cultura inútil. Se isso não mudar, continuarei sendo autodidata.
Pensei nestas frases indo de um ponto de ônibus a outro por quase uma hora. No mesmo ônibus, ao meu lado, uma cidadã lia vorazmente até nota de falecimento em um jornal de grande circulação em Sampa.
Logo me interessei por uma reportagem sobre um lugar chamado Mumbuca, localizado no Estado de Tocantins. Minha vontade era imensa em saber mais sobre o assunto, pois não conheço nada sobre o Estado de Tocantins e menos ainda sobre Mumbuca.
Adormeci e acordei na metade do caminho. Olhei para o lado e lá estava, deixado quase de propósito, o suplemento do jornal com a seguinte manchete: "Redescobrindo o Brasil".
Mumbuca, um pequeno povoado em Tocantins. Ali, a frase dita pela matriarca de nome Guilhermina Ribeiro da Silva, 71 anos: "A gente se formou em ter filhos e eleger candidatos".
A frase me deixou constrangido, mesmo não sendo candidato a nada e sem nenhuma formação acadêmica. Esse povoado, como muitos deste país, do Oiapoque ao Chuí, vive entrincheirado entre a vontade de Deus, segundo suas crenças, e a má vontade dos homens da vida pública.
O exemplo de Mumbuca reflete enfaticamente sobre cada brasileiro, doutor em paciência e acadêmico de votação. Sua teleaula é o horário eleitoral, seu diploma é o título de eleitor.
Ele, por fim, se forma em carente desassistido.
A maior sorte de Mumbuca é que muito pouca gente descobriu sua beleza natural."
JOÃO SILVINO (Guarujá, SP)




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