São Paulo, domingo, 21 de março de 2010 |
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Semana do Leitor leitor@uol.com.br
de Atenas em 2004, enfrenta a calçada na rua onde mora, em SP Dignidade "O artigo "Pagar por quatro nunca mais" ("Tendências/Debates", 17/3) é de pertinência singular e mostra as inúmeras dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência, mas que, felizmente, têm condições financeiras para fruir direitos sociais que lhes assegurem o mínimo de dignidade. Imaginemos então a situação da imensa maioria de pessoas com deficiência que dependem unicamente da boa vontade dos poderes públicos para se locomover, para ter acesso a tratamentos de saúde adequados, a instituições de ensino gratuitas, enfim, para ter dignidade. O projeto de lei a ser apresentado pela vereadora paulista Mara Gabrilli é salutar, porém é apenas uma das diversas medidas que urgem ser adotadas pelos administradores públicos para inserir, de uma vez por todas, as pessoas com deficiência na agenda governamental." CAMILA PINTARELLI (Limeira, SP)
"Muito pertinente a proposta de Mara Gabrilli. Mas chamo a atenção para problemas de solução mais urgente com que pessoas portadoras de deficiências, especialmente as mais pobres, se deparam cotidianamente. Ao nascer, minha filha, hoje com 7 anos, teve uma paralisia cerebral que lhe comprometeu a mobilidade. Era atendida por plano de saúde, até que precisei recorrer aos serviços públicos. Ao contatar o posto de saúde mais próximo de minha casa, fui informada de que para o atendimento a toda a região da Subprefeitura do Butantã havia só um fisioterapeuta -que priorizava casos ligados a acidentes de trabalho. Após muita batalha, consegui uma vaga para atendimento na Faculdade de Medicina da USP, que atende muita gente das comunidades pobres da região. Durante as sessões semanais de minha filha, tenho contato com outras mães, e as histórias que ouço são as mais diversas. A mais recente é a de uma escola estadual que se recusa a deixar na sala de aula de um menino, também vítima de paralisia cerebral, sem a companhia constante da mãe. A escola alega que não tem quadro profissional qualificado para atender às demandas daquela criança. Assim, embora considere justíssima a reivindicação da vereadora, pergunto se não seria mais urgente centrar esforços para garantir, de fato, o acesso dos deficientes pobres a serviços de saúde, reabilitação e educação, com ampliação dos programas de saúde e contratação de profissionais qualificados para escolas públicas." IVANA MUSCALU (São Paulo, SP)
Psiu
Santo Daime
"Demorou para que a tragédia que vitimou Glauco e seu filho fosse atribuída ao uso do Santo Daime. Sou agnóstico e, fora a cervejinha do fim de semana, nunca apreciei drogas (nem o tabaco). Não tenho, portanto, motivo para defender a Igreja Céu de Maria e seus rituais. Mas vejo repetir-se a velha tendência de culpar a vítima pelo que lhe aconteceu. Quantos usuários do Daime praticam atos violentos? Que porcentagem de frequentadores daquela igreja praticam atos criminosos? Basta que alguma atividade exótica, marginalizada pela moral e pelos bons costumes vigentes, seja envolvida em algum evento dramático ou escandaloso para que as vozes de inquisidores se façam ouvir." JORGE LUIZ OLIVEIRA TOSTES (Bauru, SP)
Uganda
Consumismo precoce "Nunca alguém sintetizou com tanta lucidez a questão de "formar cidadãos ou consumistas" como Frei Betto no artigo "Criança e consumo" (16/3). Ouso acrescentar que o consumismo precoce, além de "inflar o desejo na direção de ambições desmedidas", tem a funesta consequência de criar uma geração de pessoas que desviam o seu salário de investimentos prioritários para empregá-lo em supérfluos da moda, extrapolando os limites de seus ganhos. Penso que a solução seria educar a criança com noções de orçamento doméstico e coibir a publicidade que a induz ao consumismo precoce. Como disse Frei Betto, "quanto maior o anseio, mais profundo o buraco no coração e, portanto, a frustração e os sintomas depressivos". Perverso quadro para os abutres de plantão tirarem proveito." NÉLIO CAMARGO (São Paulo, SP)
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